COM o lançamento, ontem, do cabo de fibra óptica em Maputo na zona da praia da Costa do Sol, começa a contagem decrescente para a entrada da última geração das tecnologias no mundo das comunicações e transmissão de dados com a velocidade necessária. Está prevista para Junho próximo a conexão da estação de Maputo com toda a rede que, numa primeira fase, ligará diversos pontos no Continente africano e Ásia, para mais tarde ligar também à França e Reino Unido.
Esta nova tecnologia vai ter a capacidade de transmitir 64 comprimentos de ondas, com 10 gigabites por segundo, suficiente para oferecer uma melhor qualidade aos utilizadores, mas vai-se iniciar apenas com dois comprimentos de onda 10 gigabites por segundo.
Serão assim reduzidos em 90 por cento os custos de operação com a utilização de satélite nas comunicações, o que pode permitir uma reorientação de capitais para outras áreas de desenvolvimento económico e social.
Para além de Maputo, o cabo irá ligar outras estações, como a de Mtuzine, na África do Sul, Dar-Es-Salam, na Tanzania, Mombassa, no Quénia, Djibouti, Egipto e Índia, para além de ligar também Madagáscar e Emirados Árabes, posteriormente. Na segunda fase, a rede estará ligada, a partir do Egipto, a Marselha e Reino Unido.
Esta tecnologia é trazida pela SEACOM e já estão instalados equipamentos da terceira geração de terminais de recepção e transmissão de dados em Maputo, que poderão ser usados em diferentes áreas de pesquisa cientifica, Educação, Saúde, entre outras importantes para o desenvolvimento do país.
De acordo com Alexandre Nheve, gestor da estação de Maputo, este cabo vem resolver os problemas que o país enfrenta neste momento para a ligação da nossa rede em conexões internacionais devido ao elevado custo. Disse também que os serviços de pesquisa científica, universidades e outros deverão ser subsidiados na utilização deste serviço.
“Neste momento temos a estações de Maputo, Djibouti e Mombassa prontas e as restantes estarão concluídas em Março. Existem três navios que estão a trabalhar no lançamento do cabo, um no Mar Vermelho, outro no Oceano Índico, a partir da África do Sul, e o terceiro da Índia, calculando-se que em Maio deverão se encontrar no norte de África, para ligar as três pontas. Segue-se depois a fase de ensaio e a entrada em funcionamento será em Junho”, disse Nheve.
Estão a ser lançados ao mar 15 mil quilómetros de cabo de fibra óptica, num investimento de 700 milhões de dólares, sendo 74,25 por cento de capitais africanos e os restantes 23,75 provenientes de outros países.