O VELHO sonho de levar avante uma agricultura empresarial está cada vez mais longe de se concretizar na província da Zambézia, tudo por falta de investimentos para explorar o potencial de mais de sete milhões de hectares de terras agricultáveis que continuam intactas. Do total de oito milhões de hectares de terras aráveis que estão disponíveis, apenas um milhão é que está a ser explorado para actividades agro-pecuárias. Enquanto isso, o overno acaba de revogar um total de 55 pedidos de Direito de Uso e Aproveitamento da Terra pelo facto de os proponentes não as ter usado em tempo util, num espaço que corresponde a 46 mil hectares.
Entretanto, as ex-companhias agro-pecuárias de Madal e Boror, por incapacidade e falência, entregaram ao Estado mais de 53 mil hectares de terras nos distritos da Maganja da Costa, Inhassunge, Chinde e Namacurra. O Governo provincial da Zambézia que se reuniu esta semana na sua terceira sessão ordinária discutiu o problema de falta de investimentos para a exploração do potencial que a província detém, entretanto pouco explorado para a produção de comida visando combater a pobreza.
A porta-voz do encontro, Lina Portugal, disse, quando entrevistado pela nossa Reportagem, que o grande problema é a falta de investimento privado no sector agrário e a incapacidade de alguns cidadãos que requerem o uso da terra sem a aproveitar. Acrescentou que o Governo continua a flexibilizar e a respeitar o período de noventa dias para autorizar os pedidos remetidos para o aproveitamento da terra. O Governo está apreensivo com a situação, sobretudo para com os cidadãos que requerem a terra mas não fazem o devido aproveitamento, temos vindo a apostar nos sete milhões para aumentar as áreas de cultivo, disse .
Lina Portugal disse que o maior número de requerentes dos direitos de uso e aproveitamento de terra são cidadãos nacionais, mas indicou que há também pedidos de empresários estrangeiros que estão em análise, nomeadamente, no que diz respeito ao impacto do investimento que vão fazer para as populações, impostos e o desenvolvimento da província.
Entretanto, a sessão do Governo discutiu igualmente o roteiro do turismo da Zambézia um documento que indica as principais potencialidades turísticas, sua localização, locais históricos e culturais. A direcção do turismo foi orientada na perspectiva de enriquecer mais o documento, indicando as condições das vias de acesso, a gastronomia zambeziana, entre outros condimentos convidativos e essenciais para atrair mais turistas.
- Jocas Achar