O escritor moçambicano, António Emílio Couto, faz, esta semana, o lançamento da sua mais recente obra literária. Trata-se do 25° livro do autor, uma obra de caracter narrativo que tem como título: “Intervenções”.
O livro que foi editado pela Ndjira, vai ser lançado simultaneamente no Brasil onde estará a cargo da editora “Companhias de Leituras”.
“Intervenções”, é um livro que envolve uma mistura de textos que retractam determinados discursos e ensaios de natureza científica proferidos pelo autor durante a sua intervenção em conferencias, seminário e outros eventos de género.
“Estou a publicar a minha 25°obra no âmbito literário, uma autêntica boda de prata, as expectativas são as maiores possíveis”, explicou o autor abordado pelo mediaFAX. Acrescentou ainda que “apesar de tanta experiência no ramo, confesso que estou com um pouco de receio, não sei exactamente do quê, se calhar de não poder corresponder as expectativas do público”
A obra “Intervenções”, contém igualmente textos publicados em alguns semanários do país como, “ E se Obama fosse africano”, Os sete sapatos sujos”, entre outros.
Na sua trajectória, Mia Couto já publicou quase todos géneros literários, desde contos, romances, poesias e narrativas. “Raiz de Orvalho”, foi a sua estreia publicado em 1983, uma obra que contempla textos poéticos.
Os livros do Mia Couto são publicados em mais de 24 países, onde se pode destacar Portugal, Espanha Brasil, Itália, Israel, Franca, Inglatera, Alemanha Grécia, Suécia, África do Sul e Angola. Condecorado em mais de 20 premiações, dos quais, o prémio de Gala Porto, prémio da União Latina em , prémio Zaffari e Bourbon, prémio Terra Sonâmbula, Mia Couto, considera que a literatura no país, está numa situação muito crítica, pois segundo ele, há poucos livros a serem publicados no país. A situação é acompanhada no entender do autor, pela fraca leitura por parte dos moçambicanos.
O interlocutor clama por uma necessidade urgente de reverter esta situação, tal intervenção segundo este, parte necessariamente de se lançar em primeiro lugar, um olhar crítico ao professor, indivíduo que é um exemplo à sociedade. O professor, na óptica do entrevistado, é o primeiro indivíduo que deve ser incutido a necessidade da leitura para depois transferir aos discentes.
(Eduardo Conzo) - MEDIAFAX - 30.03.2009