Daviz Simango é líder do novo partido Movimento Democrático de Moçambique (MDM) e presidente do município da Beira.
Correio da Manhã – Porque decidiu divulgar o seu partido primeiro na Europa e só depois em Moçambique?
Daviz Simango – O Movimento Democrático de Moçambique (MDM) nasceu na cidade da Beira no passado dia 7 de Março. Vamos fazer uma digressão pelo país, mas como surgiu esta oportunidade de deslocação como presidente do município da Beira aproveitámos para lançar o partido na Europa para darmos conhecimento dos nossos objectivos à diáspora moçambicana, organizações políticas, organizações não-governamentais e outras instituições.
– Quais são esses objectivos?
– Abrimos duas frentes. Uma que é referente ao poder local, e em Portugal assinámos um acordo de geminação com a Câmara de Sintra, tornámo-nos membros da União da Cidade Capitais de Língua Portuguesa e convidámos empresários portugueses para investir na Beira. Paralelamente, estamos empenhados na frente política.
– E os contactos políticos?
– Em Portugal, falámos com vários partidos políticos, pois o MDM é um partido do centro, pelo que dialogamos com todos. Não somos muito pela esquerda, nem somos muito pela direita.
– Há militantes da Frelimo e da Renamo que passaram para o MDM?
– Sim, é verdade. Somos um partido novo, aberto a todos.
– Que balanço faz da presidência de Armando Guebuza?
– Armando Guebuza é presidente da Frelimo e da República. Ele confunde o Estado com o partido Frelimo e vice-versa. Não sabe distinguir as instituições e interfere nos poderes judiciais. Tudo isto tem prejudicado o mercado e o país.
"ESTOU PRONTO PARA ENFRENTAR GUEBUZA"
Correio da Manhã – O MDM vai participar nas três eleições?
Daviz Simango – Queremos que no país haja uma oposição forte. Queremos equilíbrio, vamos trabalhar para evitar que haja maiorias, por isso vamos concorrer nas provinciais, legislativas e presidenciais. Somos um partido de pessoas responsáveis, sérias, queremos trabalhar para os moçambicanos, somos uma alternativa para o país.
– A Frelimo e a Renamo menosprezaram o surgimento do MDM...
– É normal. São partidos que se habituaram a bipolarizar a política. Quando aparece um corpo estranho sentem-se incomodados.
– Vai ser candidato presidencial?
– Depende do partido, mas se for escolhido estou pronto para o confronto.