O Governo brasileiro vai oferecer aviões P-27 à Força Aérea moçambicana e ajudará a criar uma unidade para operações de manutenção de paz no exército de Moçambique, anunciou quinta-feira o ministro da Defesa, Nelson Jobim.
“Vamos providenciar a transferência do P-27, um avião utilizado no Brasil para treinos militares”, disse Nelson Jobim aos jornalistas, no final de uma audiência concedida pelo Presidente moçambicano, Armando Guebuza.
“Verificarei a possibilidade de mandar mais alguns aviões. Estamos a fazer uma mudança na Força Aérea brasileira, estamos a substituir os P-27 pelos Super Tucanos. Com isso, queremos ver quais os aviões que podemos mandar para cá” (Moçambique), disse Nelson Jobim. O governante brasileiro indicou que, nos próximos dias, dois oficiais e igual número de mecânicos moçambicanos vão deslocar-se ao Brasil para se familiarizarem com o avião que as autoridades de Defesa brasileiras pretendem “transferir para a Força Aérea moçambicana”.
Contudo, a vinda destes aviões depende da aprovação da proposta pelo Congresso brasileiro, sublinhou o titular da pasta da Defesa do Brasil, que hoje efectuou uma visita de algumas horas a Moçambique, para estreitar laços de cooperação no domínio da defesa.
Hoje, o ministro da Defesa do Brasil e o seu homólogo de Moçambique, Filipe Nyussi, rubricaram um acordo de cooperação, que destaca a formação de oficiais moçambicanos na área de pilotagem.
“Firmamos um acordo que fará com que os objectivos se optimizem: Dentro de 30 dias chegará a Maputo um grupo de oficiais brasileiros para começar a implantação de uma unidade de operação de paz no exército de Moçambique”, exemplificou Nelson Jobim. “Teremos condições de trabalhar durante este período e a dinâmica deste processo já se iniciou. Faremos treinos aqui e, posteriormente, contingentes moçambicanos poderão fazer os treinos no Brasil, mas iniciaremos aqui”, afirmou Nelson Jobim.
Segundo o governante, a unidade de operações de paz no exército de Moçambique, que o Brasil ajudará a estabelecer, será composta por 700 homens, que deverão integrar o contingente de paz em África.
“O Objectivo maior é a formação aqui em Moçambique de um contingente de operações de paz que possa servir África”, disse Nelson Jobim, assinalando que o Brasil opera hoje internacionalmente 1.400 homens, sendo que a sua operação de manutenção da paz está vinculada ao Estado de Haiti, onde estão 1.300 soldados brasileiros.
O ministro da Defesa de Moçambique, Filipe Nyussi, disse aos jornalistas que o protocolo firmado com o seu homólogo brasileiro traduz as necessidades do país.
“Escolhemos áreas fazíveis e, neste caso concreto, foi a área de formação. Sabemos que temos uma academia militar (com uma turma de sete pilotos, que terminará em 2010), que está a formar pilotos e estamos na recta final da formação e os jovens precisam voar”, referiu Filipe Nyussi.
LUSA - 27.03.2009