SÃO no total 44.229 alunos do Ensino Básico que transitaram de classe no ano lectivo passado para este no distrito de Pebane, na Zambézia. Aquele número corresponde a 85 por cento de aproveitamento pedagógico dos alunos matriculados, o que aparentemente releva um grande esforço das estruturas da Educação naquele ponto da província da Zambézia. Só que os pais e encarregados de educação não estão nada satisfeitos com os níveis de aproveitamento escolar só porque os seus educandos transitaram de classe, mas não sabem escrever, nem ler, o que no mínimo é grave para um país que está a lutar contra a pobreza absoluta. Este combate requer gente formada e com competência científica suficiente para transformar o potencial das riquezas das suas comunidades em desafios de desenvolvimento.
A Ministra do Trabalho, Helena Taípo, que escalou Pebane no contexto da avaliação e monitoria das decisões deixadas pelo Presidente da República, foi confrontada com este bicudo e grave problema das passagens de classe sem no mínimo os alunos reunirem condições para tal, durante um encontro com mulheres de uma associação.
Helena Taípo afirma que o problema apresentado é sinónimo de desenvolvimento das comunidades, pois nunca tinha esperado que na sua vida mulheres de uma localidade lhe colocassem um problema bastante sério. É um problema nacional, mas já é bom porque há essa percepção das comunidades, que algo precisamos fazer para complementar os actuais esforços com vista à melhoria da qualidade de ensino, disse a fonte.
Em Quelimane questionámos ao porta-voz da brigada sobre a avaliação que o Governo faz da problemática da qualidade de ensino. Soares Nhaca afirmou que o Conselho de Ministros tem vindo a discutir o problema com bastante acuidade e disse que a primeira medida tomada foi a criação de institutos de formação de professores em todo o país.
Queremos formar mais professores com a componente psico-pedagógica, disse Soares Nhaca.
Entretanto, o Governo compromete-se a fazer mais investimentos na Educação na Zambézia com vista a melhorar a qualidade de ensino, nomeadamente construção de mais escolas e seu apetrechamento com carteiras.
- Jocas Achar