A Cruz Vermelha de Moçambique desconhece o paradeiro de uma dezena de voluntários no distrito de Moginqual, província de Nampula, norte, na sequência de confrontos com populações locais.
Os casos registaram-se no mês passado e já este mês, quando populações do interior do distrito atacaram elementos da Cruz Vermelha que distribuiam cloro e redes mosquiteiras, acusando-os de estarem deliberadamente a propagar a cólera.
Na sequência dos incidentes, morreu pelo menos um voluntário da Cruz Vermelha e vários ficaram feridos.
A Cruz Vermelha tem no distrito de Moginqual 95 voluntários, 35 dos quais na zona dos confrontos com populares, o posto administrativo de Quinga.
“Partes desses (35) estão agora em Liupo, sede do distrito. Até há dois dias, vinte já estavam localizados, e depois já sabemos onde estão mais três, falta-nos localizar 10 ou 11, mas mesmo desses alguns poderão estar nas comunidades de origem”, disse hoje à Lusa o secretário provincial da Cruz Vermelha em Nampula, Xavier Francisco.
Por causa da campanha de desinformação sobre a cólera, a Cruz Vermelha foi aconselhada a não sair de Liupo, sede do distrito de Moginqual.
Até agora, desde Janeiro, a doença fez 121 mortos em Moçambique, tendo sido diagnosticados 13.522 casos, e já atinge as 11 províncias do país, segundo o Ministério da Saúde (MISAU) moçambicano.
A província de Nampula é a que regista mais casos, tendo já morrido 16 pessoas.
FP - LUSA - 24.03.2009