Novo ano. Nova obra. O poeta moçambicano Eduardo White entrou literariamente em 2009 com o pé direito. Apresentou ontem em Maputo mais um livro de poesia intitulado “A Fuga e a Húmida Escrita do Amor”. O livro sai sob chancela da Texto Editores.
Numa cerimónia singela, Eduardo White, reuniu familiares, amigos e jornalistas para apresentar esta que é a sua mais recente produção literária. Num discurso de improviso, destacou o que é que aquele momento representava na sua vida. Visivelmente emocionado, White caracterizou a sua obra nos seguintes termos, “escrever livro é como ter filhos”. Entretanto, como não há bela sem senão, a ausência do seu editor à cerimónia não terá passado despercebido, facto pontualmente lamentado por Eduardo White. E num acto quase inédito na praxe, Eduardo White, pegou as rédeas e apresentou pessoalmente a sua própria obra! E na sua qualidade de poeta, construiu um discurso à altura da sua estatura, usando um discurso belo, penetrante e reflexivo. Seguiu-se um momento particularmente interessante, em que a poesia fez um “casamento” com a música. Um trio de jovens talentos- banda “New Joit”- corou a plateia ao cantando com grande qualidade vocal. Mas a cerimónia só caiu o pano, com a apresentação de uma peça teatral baseado no livro ora lançado, num trabalho de encenação do actor Mário Mabjaia. A peça terminou com o personagem principal ( Mário Mabjaia) a gritar, “eu não sou louco/ Sou um homem livre / e que vive na Liberdade”. Eduardo White é membro da Associação dos Escritores Moçambicanos (AEMO). È autor das obras “Amar sobre o Índico” (1984); “Homoíne” (1987); “País de Mim” (1990; Prémio Gazeta revista Tempo); “Poemas da Ciência de Voar e da Engenharia de Ser Ave (1992; Prémio Nacional de Poesia); “Os Materiais de Amor Seguido de O Desafio à Tristeza” (1996); “Janela para Oriente” (1999); “Dormir com Deus e um Navio na Língua” (2001; bilingue português/inglês; Prémio Consagração Rui de Noronha); “As Falas do Escorpião (novela; 2002); “O Homem a Sombra e a Flor e Algumas Cartas do Interior (2004). A sua poesia está exposta no museu Val-du-Marne em Paris desde 1989. Em 2001 foi considerado em Moçambique a figura literária do ano. NOTÍCIAS - 16.03.2009