Dados estatísticos do ano passado referem a notificação de 12 mil casos e ocorrência de 150 óbitos em 12 meses.
Falando ontem na abertura do 35º Conselho Coordenador do ministério que dirige, Ivo Garrido realçou a necessidade imperiosa de acções permanentes visando a promoção da higiene individual e colectiva.
Disse que no âmbito da campanha nacional de saneamento do meio e promoção de higiene, lançado no passado dia 1 de Março corrente pelo Presidente da República, Armando Guebuza, foram seleccionadas instituições modelo que deverão servir de inspiração em cada uma das províncias do país para a manutenção de um ambiente saudável e de seguimento de hábitos de higiene.
A ideia, segundo disse, é incrementar progressivamente o número de tais instituições e prosseguir acções de consciencialização das comunidades.
Entretanto, enquanto a cólera constitui uma grande preocupação nestes primeiros três meses do ano, a Saúde, segundo o seu ministro, regista avanços significativos no concernente à redução do número de casos e de mortes provocados pela malária. De acordo com Ivo Garrido, desde 2007 verifica-se em todas as províncias, e pela primeira vez nos últimos 20 anos, uma redução progressiva do número de casos e de mortes por malária. A nível nacional, os casos sofreram uma redução de cerca de 24 por cento, ou seja, reduziram de 6.336.000 para 4.832.000.
O número de mortes reduziu de 3.998 para 2.949, significando uma baixa em cerca de 35 por cento.
Garrido disse que a redução que se regista está ligada, sobretudo, às campanhas de pulverização intradomiciliária com insecticidas e tratamento da doença.
Além da malária, o sector da Saúde regista, desde 2006, uma redução superior a 95 por cento de casos de sarampo, ou seja, de 12.598 casos em 2005 para 278 casos suspeitos em 2008.
Também se verificam melhorias no diagnóstico e tratamento da tuberculose, embora, segundo Garrido, a taxa nacional de despiste esteja a subir lentamente, rondando já os 50 por cento, mas a taxa de cura dos pacientes em tratamento é de 81,3 por cento.
Durante a sessão de abertura do Conselho Coordenador do MISAU, falou-se da expansão do tratamento de pacientes de SIDA com anti-retrovirais para todos os distritos do país, salientando-se que o número de beneficiários subiu de cerca de 6000, em Dezembro de 2004, para mais de 135 mil presentemente.
Os resultados conseguidos nos últimos tempos têm também relação com o plano de desenvolvimento de recursos humanos. Segundo Ivo Garrido, em 2004 havia no Serviço Nacional de Saúde 682 médicos, dos quais 258 estrangeiros. Actualmente existem 929 médicos, dos quais apenas 194 são estrangeiros.
O número de médicos nacionais cresceu em mais de 60 por cento, sendo que neste momento 108 dos 128 distritos do país contam com pelo menos um médico moçambicano.