Segundo o vice-ministro de Energia, Jaime Himede, que quinta-feira última testemunhou, na província de Manica, a primeira grande sementeira para a produção da jatropha - cerca de mil hectares -, a política de zoneamento de áreas para a prática agrária recentemente aprovada pelo Conselho de Ministros vai definir e disciplinar a ocupação dos campos para a produção de alimentos e para os biocombustíveis.
Dirigindo-se à Comunicação Social em Socera, cerca de 56 quilómetros da cidade de Chimoio, onde estão a ser testadas 96 variedades da jatropha pela empresa SunBiofuels, Himede disse que o Governo está a acautelar todos os interesses para que não haja colisão entre a produção de alimentos e de biocombustíveis.
“O zoneamento recentemente autorizado pelo Conselho de Ministros visa disciplinar a ocupação de áreas agrárias, para que não haja colisão em termos de áreas de cultivo de produtos alimentares e de produção de biocombustíveis. Penso que não haverá colisão”, disse.
Sobre a primeira grande sementeira industrial da jatropha realizada pela empresa SunBiofuels, o vice-ministro disse tratar-se daquilo que se pode chamar de resposta positiva ao apelo do Governo, através do Presidente da República, Armando Guebuza, que a partir de 2006 fez uma mobilização em todo o território nacional aos sectores privado e familiar para fazer face à crise mundial de petróleo.
A SunBiofuels é uma empresa britânica especializada na produção de óleo da jatropha, que em 2006 ocupou cinco mil hectares de terra em Gondola, da antiga empresa de tabacos “Alliace One”, para a produção de biocombustíveis. Em Janeiro passado iniciou a primeira plantação de mil hectares da jatropha, de uma extensão de três campos com uma área total de cerca de 2.775 hectares.
A perspectiva da empresa, segundo informações colhidas pela nossa Reportagem, é de cultivar 4000 hectares nos próximos 18 meses.
Apoiada e financiada pela EEA Fund Management de Londres, com activos de mais de um bilião de dólares, a empresa tem como estratégia e planos abranger todas as áreas da indústria de biocombustíveis a partir do cultivo até à colheita, bem como a extracção e comercialização de óleos da jatropha.
A empresa projecta instalar uma fábrica de agro-processamento de biocombustíveis em Manica, iniciativa condicionada à disponibilização de mais terra para o cultivo de jatropha.
