A ECONOMIA moçambicana cresceu nos últimos quatro anos a um ritmo médio de seis a oito por cento ao ano, tendo a produção na agricultura e noutros sectores, tanto para consumo, como para exportação e investimento público e privado, superado as importações. O Produto Interno Bruto (PIB) subiu de 129 biliões de meticais em 2005 para pouco mais de 235 biliões no ano passado, uma cifra que poderá atingir os 267 bilhões no presente ano, como consequência da estabilidade económica, política e social de que o país desfruta.
Estes factos foram dados a conhecer ontem pela Primeira-Ministra, Luísa Diogo, respondendo às questões suscitadas pelos deputados da Assembleia da República sobre a acção governativa no âmbito do combate à pobreza e na Educação.
De acordo com a Primeira-Ministra, apesar do crescimento económico que se regista, o país vai continuar a depender da ajuda externa. É neste quadro que o Governo negociou com sucesso um pacote de ajuda externa para 2009 situado em cerca de um bilião e novecentos milhões de dólares.
“Apesar da crise financeira mundial, o compromisso dos nossos parceiros até agora é de assegurar um fluxo regular e completo da ajuda externa, especialmente no apoio ao Orçamento do Estado, que ronda os 460 milhões de dólares”, disse.
Com relação à crise económica mundial, o Governo está a levar a cabo acções de curto, médio e longo prazos para minimizar o seu impacto, que já se faz sentir nalguns sectores, como o dos transportes, turismo e exportações.
Segundo a Primeira-Ministra, o Banco Central está a fazer uma monitoria permanente da situação, privilegiando uma abordagem integrada que permita transformar a crise em oportunidade.
Além destes constrangimentos, segundo indicou, a economia moçambicana tem sido afectada também pela ocorrência de calamidades naturais e desastres provocados pela acção humana.
”Não obstante, os moçambicanos estão a prosseguir acções visando a redução dos índices de pobreza no país e os resultados são animadores”, disse.
Dados avançados na mesma ocasião pelo Ministro da Planificação e Desenvolvimento, Aiuba Cuereneia, mostram que o PIB per capita cresceu de 301 dólares para 473 em 2008, reflectindo a elevação do nível médio de vida dos cidadãos. Indicou que o crescimento económico tem sido acompanhado por uma estabilidade de preços e da moeda.
Para que a redução da pobreza seja alcançada pela via do crescimento económico rápido, abrangente e sustentável, o Executivo tem apostado na descentralização, colocando o distrito como base de planificação do desenvolvimento. Para o Orçamento de Investimento de Iniciativa local foram alocados cinco mil milhões de meticais, que financiaram 26 mil projectos, que permitiram a criação de 108 mil novos postos de emprego a nível rural.
No sector da Educação, um dos objectos do questionamento dos deputados, entraram em funcionamento mais 12 mil novas escolas, contra as 9655 que existiam em 2004. Este investimento permitiu que a taxa líquida de escolarização passasse de 74,2 para 99,2 por cento, o que significa que a quase a totalidade das crianças frequenta uma das classes do ensino primário.
NOTA:
Há aqui qualquer coisa que não joga cerrto. Com estes resultados como pode ainda haver em Moçambique tanta pobreza?
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE