Diferentes partidos políticos da oposição, com excepção da Renamo, estão já a trabalhar nos bastidores com vista à constituição de uma coligação para uma participação conjunta nas eleições gerais e provinciais que terão lugar este ano no país.
Fonte próxima do assunto disse ontem ao nosso Jornal que a criação desta coligação de partidos políticos com vista a uma participação conjunta nas quartas eleições presidenciais e legislativas e nas primeiras provinciais constitui a grande prioridade da agenda política de pelo menos 14 formações políticas nacionais, algumas das quais representadas no Parlamento, excepto da Renamo.
Segundo a fonte, é ainda prematuro mencionar com exactidão os partidos que fazem parte deste movimento, uma vez que um grande número de organizações manifestou interesse em participar, embora a maioria não tenha dado já uma resposta definitiva da sua adesão à coligação.
De acordo com o que o “Notícias” apurou, a experiência acumulada em acções idênticas do passado vão contribuir significativamente para o sucesso desta iniciativa uma vez que todos os intervenientes concordam com a ideia de uma participação conjunta em vez da individual.
De referir que no ano passado, em preparação das terceiras eleições autárquicas, movimento idêntico teve lugar no país sem que, no entanto, lograsse os intentos desejados.
Por exemplo, o PARENA, de André Balate, trabalhou na concepção de um tratado de coligação, documento posteriormente submetido à apreciação de vários partidos políticos que, entretanto, não avançaram com a intenção inicial.
Na ocasião, o líder desta formação política afirmara que o projecto contemplava um universo de sete a dez partidos políticos, organizações que foram escolhidas tendo em conta o seu desempenho na arena política nacional.
“O objectivo era criar uma força capaz de trazer resultados positivos, uma força que constitui alternativa credível para a Frelimo, no poder, e Renamo, a segunda maior organização política nacional. Para que tal acontecesse, deveríamos juntar partidos que constituem uma mais-valia reciprocamente”, disse na altura André Balate.
Esta iniciativa do PARENA tinha como base de actuação o Centro de Promoção da Democracia Multipartidária (CPDM), uma organização que congrega mais de dez partidos nacionais, na promoção de coligações partidárias, muito embora se reconheça que a agremiação não se encontre vocacionada para este tipo de actividades, mas sim na capacitação institucional das organizações políticas.