LÍDERES da região, entre os quais o Presidente Armando Guebuza, reúnem-se hoje em Mbabane, a capital política da Suazilândia, em cimeira extraordinária para tomar uma posicão colectiva em relação a Madagáscar, onde o presidente eleito foi deposto por militares, e analisar um plano de revitalização da economia do Zimbabwe em crise e que ameaça iniviabilizar o Governo de Unidade Nacional, em funções há seis semanas.
O presidente Guebuza chegou ao fim da tarde de ontem a Mbabane, tendo pouco depois participado na reunião da “troika” do Órgão de Defesa e Segurança da SADC, de que é vice-presidente. A “troika” é presidida pelo rei da Suazilândia, Mswati III, e tem como terceiro membro Angola.
A reunião da troika visou fazer os últimos acertos no relatório que os membros desta estrutura da SADC vão apresentar hoje aos restantes chefes de Estado. A cimeira extraordinária, que se inicia às 10:30 horas, será orientada pelo presidente em exercício da organização regional, o estadista sul-africano, Kgalema Montlanthe.
Falando a jornalistas moçambicanos ontem em Mbabane, o secretário executivo da SADC, Tomaz Salomão, reiterou que a SADC não reconhece as novas autoridades malgaxes, apelando ao regresso à ordem constitucional. Ele, que esteve semana passada na capital malgaxe em missão da comunidade regional, descreveu o cenário prevalecente naquele arquipélago do Índico como bastante tensa.
Tomaz Salomão disse que as “novas autoridades” não foram convidadas, tanto é que nem interessa à SADC ter algum representante do auto-proclamado presidente malgaxe. Sobre a participação ou não de Ravalomanana na cimeira, ele remeteu a decisão aos chefes de Estado e de Governo. O ex-Presidente de Madagáscar terá regressado ontem à Suazilândia, depois de ter deixado quinta-feira a capital deste país com destino à África do Sul. Encontra-se no reino suázi desde semana passada, a convite e a expensas do monarca Mswati III, e alguma Imprensa local já especula que lhe terá sido concedido asilo.
Um outro ponto importante a merecer consideração dos chefes de Estado e de Governo da comunidade é a análise de um pacote financeiro preparado pelos ministros das Finanças da região para a recuperação da economia do Zimbabwe, mergulhada numa profunda crise, dificultando o regresso à estabilidade social e política, após anos de paralisia económica.
Segundo o plano preparado, o Zimbabwe precisa de 10 biliões de dólares para a recuperação da sua economia. Um bilião deverá ser libertado de imediato para o financiamento do Orçamento do Estado, outro bilião sob forma de linha de crédito e os restantes destinados aos programas de desenvolvimento e reconstrução de infra-estruturas.
Sobre a proveniência do fundo de ajuda ao Zimbabwe, Tomaz Salomão não quis entrar em pormenores, havendo, no entanto, indicações de que o valor virá de dentro da região. Individualmente, a África do Sul tem assumido de forma pública a sua disponibilidade de apoiar a recuperação da economia deste país da África Austral.
- LÁZARO MANHIÇA, na capital suázi