O presidente do Conselho de Administração (PCA) da Empresa Moçambicana de Dragagens (EMODRAGA), Tayob Adamo, que facultou estes dados ao nosso Jornal, revelou, por outro lado, que já foram lançados dois concursos visando a aquisição de duas dragas de emergência e a construção de uma outra robusta, avaliada em 29 milhões de dólares norte-americanos, parte dos quais serão disponibilizados pela DANIDA e os restantes pelo Governo moçambicano.
Em 1990 o canal foi dragado por empresas estrangeiras, tendo sido aprofundados os níveis de navegação para 8,4 metros, mas devido à falta de seguimento deste processo o canal acabou acumulando muitos sedimentos que não permitiram a sua utilização.
“O canal principal já está em condições de navegabilidade. Neste momento estamos apenas à espera que o Instituto Nacional de Hidrografia e Navegação (INAHINA) venha efectuar a sinalização (balizagem) para que seja reaberto aos navios, porque já há condições criadas pelas dragas “Alcântara Santos” e “Aruângua” – explicou.
O canal alternativo apresenta alguns problemas devido à chamada curva de Macúti, que tem criado embaraços à navegação, o que provoca algumas vezes o encalhe de navios.
Referindo-se aos dois concursos internacionais, o PCA da EMODRAGA explicou que o primeiro visa trazer dragas de fora do país para efectuarem trabalhos de dragagens de emergência no Porto da Beira, dadas as limitações que a empresa possui, enquanto o segundo tem em vista a construção de uma draga robusta com capacidade para remover 2500 metros cúbicos de sedimentos por dia. Estes dois processos deverão ocorrer durante 18 meses, ou seja, a partir do segundo semestre deste ano até 2011.
“Quanto à draga robusta estará no país dentro de 18 meses, mas tudo indica que nessa altura o canal estará já sem problemas pois as dragas de emergência terão até lá removido os milhares de sedimentos que o canal possui” – afirmou.
Estas informações foram dadas à margem do II Conselho Coordenador Alargado da EMODRAGA que teve lugar na cidade da Beira e que analisou em dois dias, entre outros pontos, as estratégias visando os novos desafios que se esperam na empresa com a vinda da nova draga e a manutenção dos equipamentos.
- António Janeiro