VISANDO ACABAR COM CORTES E FLUTUAÇÕES DE ENERGIA
JAIME UBISSE
As projectadas obras de reabilitação e modernização da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) deverão consumir cerca de 3,4 biliões de meticais, segundo estimativas avançadas ao Correio da manhã pelo respectivo Presidente do Conselho de Administração (PCA), Paulo Muxanga.
A operação, a primeira desde a reversão do empreendimento a favor do Estado moçambicano, em
Outubro de 2006, será concretizada com fundos gerados pela própria companhia e irão culminar com a substituição de grande parte dos seus equipamentos, alguns dos quais em estado obsoleto, de acordo ainda com Muxanga.
“O grande objectivo desta operação é acabarmos com os cortes e perdas constantes de corrente eléctrica que se registam neste momento”, realçou o PCA da HCB, sublinhando que a modernização daquele empreendimento vai também contribuir para a melhoria da qualidade da energia eléctrica fornecida dentro e fora do país.
O principal cliente da HCB é a África do Sul, que consome 1.400 megawatts de energia eléctrica proveniente daquele complexo, o correspondente a cerca de 65% da produção total, de acordo ainda com Muxanga, realçando que “neste momento não temos mais capacidade para responder a todas as solicitações de fornecimento de energia que nos têm chegado dos países vizinhos”.
O PCA da HCB falava ao jornal à margem de um encontro envolvendo os Presidentes dos Conselhos de Administração dos países membros da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) que antecedeu a reunião de um dia dos ministros de Energia da região, ontem aberta pela Primeira-Ministra, Luísa Diogo.
Refira-se que foi no encontro de técnicos do sector de Energia da África Austral que foi rubricado um acordo ao abrigo do qual todos os países da região garantem o fornecimento da corrente eléctrica à África do Sul para garantir a realização do mundial de futebol de 2010.
Moçambique comprometeu-se a fornecer à África do Sul cerca de 50 megawatts de corrente eléctrica para assegurar o êxito da copa de futebol 2010.
CORREIO DA MANHÃ – 30.04.2009