Guebuza falava momentos antes de deixar a capital política suázi, depois de participar no encontro que acordou um pacote de 10 biliões para a reabilitação económica daquele país vizinho e suspendeu Madagáscar de todas as instituições e órgãos da organização regional.
O PR disse a jornalistas moçambicanos que o Governo ainda não decidiu sobre o valor e/ou sob que forma irá prestar o seu apoio ao Zimbabwe, no quadro do Programa de Recuperação de Emergência a Curto Prazo (STERP), desenhado pelas autoridades de Harare e aprovado na segunda-feira em Mbabane.
“Vamos estudar. É preciso fazer uma reflexão para ver o que é que podemos fazer e como, dentro das nossas possibilidades”, disse o estadista moçambicano, sublinhando haver um interesse particular por parte dos moçambicanos de ajudar o Zimbabwe.
Questionado sobre se Moçambique não aventaria a hipótese de prestar o seu apoio através da redução de taxas nos diferentes tipos de serviços prestados àquele país, como são os casos dos portos e da energia, Guebuza referiu que o assunto tem que ser bem estudado, de forma a que o gesto não signifique uma redução de receitas para o Estado.
Todos os países da SADC comprometeram-se a ajudar o Zimbabwe a reerguer a sua economia, sob quatro formas: apoio ao Orçamento, linhas de crédito, estabelecimento de joint-ventures com empresas zimbabweanas, e redução das taxas.
Guebuza fez eco do apelo da cimeira no sentido do levantamento de todo o tipo de sanções contra o Zimbabwe, por entender que a medida minará este esforço dos países da comunidade para a normalização da situação naquele Estado-membro da organização. Assim, apelou aos doadores, instituições financeiras internacionais e à comunidade internacional, em geral, para apoiar o Zimbabwe a obter a ajuda financeira necessária para a recuperação da sua economia.
Um comité formado pelos ministros das Finanças da África do Sul, Zâmbia, República Democrática do Congo (RDCongo), Botswana, Zimbabwe e o secretário executivo da SADC vai coordenar o apoio da comunidade.
Foi igualmente decidida a promoção de uma campanha a nível das missões diplomáticas de cada país membro da SADC para o levantamento de sanções.
Relativamente a Madagáscar, o Presidente Guebuza afirmou que se não houver cumprimento das decisões da SADC por parte do novo poder instalado inconstitucionalmente a organização regional poderá recorrer à União Africana e às Nações Unidas para encontrar outras formas de pressão sobre Andry Rajoelina.
Os líderes da região exigiram a Rajoelina que abandone o cargo de presidente e permita o regresso ao poder do chefe do Estado democraticamente eleito, uma das medidas mais severas alguma vez tomada pela SADC contra figuras de um país membro, o que, segundo observadores, pode ajudar para o desencorajamento deste tipo de atitudes dentro do grupo regional.
- LÁZARO MANHIÇA, em Mbabane