AS forças de segurança togolesas detiveram ontem o irmão do Presidente da República em conexão com uma tentativa de golpe de Estado.
No domingo, o estadista Faure Gnassingbé foi obrigado a cancelar uma deslocação à China após uma advertência dos serviços de segurança sobre uma eminente tentativa de golpe de Estado. Horas mais tarde, o promotor público, Robert Bakai, anunciou que as forças de segurança haviam abortado uma tentativa de golpe.
”Kpatcha Gnassingbé (irmão do Presidente) foi detido na manhã desta quarta-feira, em Lomé, depois de abandonar a embaixada dos Estados Unidos, onde se encontrava refugiado”, refere um comunicado divulgado no portal da Internet do Governo togolês.
Kpatcha, antigo ministro da Defesa e que também detém um assento no parlamento, é acusado de ser um dos principais mentores da tentativa de golpe de Estado na ausência do Presidente, durante a sua deslocação à China, refere o comunicado.
Enquanto isso, cinco oficiais do Exército já foram questionados em conexão com a tentativa de golpe.
Segundo Bakai, foram detidos vários colaboradores de Kpatcha a seguir a uma rusga lançada contra a residência do irmão do Presidente. Bakai explicou ainda que já foi lançada uma investigação, escusando-se a fornecer mais pormenores.
Faure Gnassingbé foi eleito Presidente da República do Togo, o maior produtor mundial de fosfato, na sequência de um processo eleitoral violento e manchado de muitas irregularidades em 2005.
Ele sucedeu o seu pai, Gnassingbé Eyadema, que dirigiu o Togo com um punho de ferro desde o ano de 1967, quando ascendeu ao poder.
Depois da morte de Eyadema, o Togo, antiga colónia francesa, encravada entre o Gana e o Benin, começou a sair do isolamento político internacional.
O fim do isolamento do Togo culminou com a normalização das relações com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e com a União Europeia depois de uma interrupção por um período de 14 anos. Por seu turno, o grupo de credores do Clube de Paris perdoou parte da sua dívida externa, no valor de 347 milhões de dólares em Junho de 2008, um valor que acresce a outros 22 milhões em Janeiro do corrente ano.
As próximas eleições presidenciais no Togo estão agendadas para 2010.
- AIM