A CAMPANHA de colheita do arroz em curso desde finais de Março no regadio do Chókwè, em Gaza, está a processar-se a meio-gás devido exiguidade de meios mecânicos para o efeito. Neste momento, de acordo com dados apurados pelo nosso Jornal, estão envolvidas na safra apenas oito auto-combinadas contra as pouco mais de duas dezenas que seriam necessárias.
Adérito Mavie, director dos Serviços Distritais de Actividades Económicas na chamada capital económica de Gaza, disse que desde que iniciou a campanha apenas foram colhidos 352 hectares de uma área trabalhada de cerca de seis mil. Referiu que para fazer face à situação, decorrem diligências visando a reparação de um total de três auto-combinadas agora com problemas de correias.
Por outro lado, e com vista a uma melhor rentabilização do escasso equipamento disponível, decidiu-se localmente pela concentração da maior parte das máquinas em zonas com áreas relativamente mais extensas, nomeadamente Massavasse e Nwachicoloane. Pretende-se com esta estratégia, que ocorre naqueles locais uma operação de colheita em bloco, permitir que o equipamento possa ser o mais rapidamente possível deslocado para outras zonas, segundo explicou a fonte.
Sabe-se, no entanto, que, enquanto isso, o sector familiar, com pouco mais de 2 mil hectares, devido à exiguidade de equipamento para a colheita do arroz, está a optar pela ceifa manual. “Nas restantes zonas estamos a aconselhar os agricultores para que formem medas, processo manual que consiste na formação de montões de arroz ceifado e organizado de forma a ser posteriormente debulhado usando auto-combinadas”, disse.
Entretanto, tal como se previa por estas alturas, a acção devastadora do pardal vermelho está a ser uma verdadeira praga, com os produtores desesperados devido à demora que se regista na chegada dos meios aéreos para efeitos de controlo do pássaro.
Refira-se que, muito recentemente, e durante um encontro de planificação agrícola para a próxima campanha no regadio do Chókwè, vários agricultores manifestaram o seu desapontamento pelo facto de não se terem acautelado as intervenções cíclicas e nefastas dos pássaros em períodos de colheita do arroz.Neste momento, 2834 agricultores estão envolvidos na cultura do arroz no regadio do Chókwè, dos quais 75 por cento são do sector familiar.