Maputo é a Capital do País. Uma Cidade fantástica! Onde não falta nada. É notório, aliás, o seu crescimento. A todos os níveis. Maputo é “aquela máquina”! Deve ser, certamente, a Cidade moçambicana com “mais” negócio por “centímetro quadrado”. Não admira que assim seja, já que 90% da população activa está no desemprego e quando “a barriga dá horas” não há mal que perdure nem desemprego que resista.... Ou seja: toda a gente tem de fazer alguma coisa, tem de «ir à vida que a morte é certa!», tem de se virar, tem de sobreviver, numa palavra.
É então que surgem os “desmandos”, a anarquia pura e simples, os atropelos, a indisciplina, a ilegalidade, o «salve-se quem puder».
E quem sofre é a Cidade. Toda a gente sabe disto mas ninguém quer saber de nada… Até quando? Claro que os Serviços Municipalizados não têm «mãos a medir» para ocorrer a tanta situação, a tanto “atropelo”. É então que o LIXO se acumula por todos “os cantos e esquinas”. É então que a Cidade vira “uma verdadeira bagunça” e ganha “um ar sujo” e desleixado perante toda a população… e perante todos aqueles que nos visitam.
Ninguém tem licenças camarárias de «venda livre», ninguém tem papéis, ninguém paga contribuições à Edilidade, não existem «espaços próprios», sequer, onde as pessoas possam vender os seus produtos (exceptuando algumas zonas que conhecemos, como é o caso do «Estrela Vermelha» e do «Mercado do Xipamanine»), ninguém, enfim, se preocupa com os mais elementares pormenores de higiene ou com a beleza urbanística da Cidade. Para quê, não é verdade…?! O negócio é o que «mais
vale», é o que mais “ordena” (como diz a canção) e perante todo este “cenário” lamentável o cidadão comum é aquele que mais sofre com este «far-west» selvagem. Somos um país «sem lei nem roque», onde cada um faz o que quer e que bem lhe apetece! Inverter esta situação é «missão complicada», pois só com «mão de ferro» é que se poderia fazer alguma coisa, o que não acreditamos. Há dias, uma senhora “de outros tempos” desabafava com alguma amargura: «Este País está entregue ao Deus dará. Em pouco mais de 30 anos transformou-se no «Caixote de Lixo» que conhecemos». Isto não é saudosismo, não senhor! É a verdade dos factos, é o sentimento a falar mais alto, a revolta de alma.
Sabemos que é difícil para o Presidente da Edilidade de Maputo, David Simango, ultrapassar sozinho esta situação. Está impotente perante tanta incúria e tanto desleixo instalado. Só com a entreajuda de todas as entidades responsáveis por este país – Governo incluído! – é que seria possível fazer alguma coisa, “inverter” o rumo aos acontecimentos, reduzir este estado de coisas…
Pensamos que o Ministério do Turismo é uma das entidades que (também) devia intervir nesta área, no sentido de ajudar Maputo a ser «uma Cidade limpa», agora mais do que nunca. Não deixa, por isso mesmo, de ter aqui a “sua pitada” de responsabilidade no cartório. Pensamos que o Ministério do Turismo devia unir forças com a Edilidade Municipal para “combaterem” ambos todos estes desmandos, toda esta desorganização, todo este desleixo, «todo este deixa andar…»
Acabemos, de uma vez por todas, com a proliferação indiscriminada e vergonhosa “destes” centros comerciais espalhados por toda a Cidade, por todo o País. Haja a coragem política (e autoritária!) para ser forte e corajoso. Entretanto, que se criem espaços próprios para os vendedores, já que o país atravessa uma crise grande de falta de emprego para todos. Não há trabalho para todos, é um facto. Mas vamos, então, fazer com que as coisas funcionem de uma forma ordenada, equilibrada, justa, distribuída e sobretudo organizada, tendo em conta os factores de asseio e urbanístico, para que a Cidade não “vire” a «bagunça» em que está – e que nos envergonha a todos. Ou devia envergonhar.
Chega de Centros Comerciais (sejam eles pequenos, médios ou grandes) a funcionarem ao “ar livre”, muitos deles por sinal a fazer concorrência desleal a estabelecimentos que estão legalizados e que pagam as suas contribuições, rendas, água, luz e empregados todos meses. Isto, porque muitos destes “vendedores livres” montam o “seu” estabelecimento mesmo à frente das portas daqueles…
Imagine o Leitor a seguinte cena: é dono de um pequeno estabelecimento comercial. Um dia chega à sua Loja e vê um tipo qualquer “instalado” mesmo à sua porta a vender as mesmíssimas coisas que você vende no seu espaço comercial. Como é que se sentiria? Qual seria a sua reacção? Não ira gostar certamente…Mais comentários para quê?
Almeida Fernandes
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