Na África do Sul centenas de médicos participaram em marchas exigindo aumentos salarias na ordem dos 50 por cento e um maior investimento nos hospitais do governo.
Os eventos foram organizados pela Associação dos Médicos sul-africanos depois de várias semanas de greves e piquetes dos profissionais de saúde.
Em representação dos médicos a Federação dos Sindicatos COSATU disse que estes trabalhavam durante longos períodos a troco de salários baixos e, que por vezes, trabalhavam até 36 horas ininterruptas.
Esta semana a África dos Sul anunciou que estava em recessão, a primeira desde 1992.
Pressões
Segundo correspondentes, Jacob Zuma, que há duas semanas assumiu a presidência do país, está a ser alvo de pressões dos sindicatos para cumprir com as promessas de ajuda aos trabalhadores mais pobres.
“Marchamos por melhores condições no sector público para que vocês estejam livres das longas filas” dizia Lizzy Kwenda, a coordenadora da marcha em Pretoria, a alguns observadores, segundo a Agência de notícias SAPA.
Ela acrescentou que os cerca de 500 médicos participantes da marcha em Pretória não tinham abandonado os doentes.
As faixas negras que impunhamos, disse, simbolizam “o colapso do sistema de saúde”.
'Prazo'
Os médicos de Pretória marcharam em direcção à Direcção de Saúde onde entregaram uma lista de queixas.
“Compreendo as vossas mágoas, sou médico e tendo trabalhado num hospital passei pela mesma situação” disse o ministro da Saúde, Aaron Motsoaledi que prometeu examinar as preocupações dos médicos.
“Estabeleçam um período de tempo para a solução, exigimos um prazo” gritavam os médicos, segundo a SAPA.
No princípio do dia, Mpho Mohlala, a vice-presidente da União dos Médicos advertiu ao facto dos pacientes não estarem a beneficiar de cuidados básicos.
“Verifica-se um êxodo de médicos que deixam o país para o exterior e o número de profissionais de saúde a abandonar o sector público, para o privado é cada vez maior” disse Mpho Mohlala à agência AFP.
BBC - 29.05.2009