— Moreno, Carvalho, Fernandes, Mussá e Ussore bem posicionados
Eurico Dança, na Beira
O Movimento Democrático de Moçambique (MDM) realiza o seu primeiro Conselho Nacional (CN) nos dias 6 a 8 de Junho na província nortenha de Nampula. Estarão presentes no encontro 269 delegados daquele movimento político criado este ano por dissidentes da Renamo, sendo 250 membros do CN, 10 delegados políticos provinciais e nove da Comissão Política.
O porta-voz do MDM, Geraldo Carvalho, negou avançar os custos envolvidos na organização do referido encontro, tendo referido que neste momento membros do movimento estão empenhados na angariação de fundos para suportar o evento.
De acordo com Carvalho, no CN será conhecido o Secretário-Geral (SG) do MDM, para além da aprovação os perfis dos candidatos a deputados das assembleias da República e Provinciais. Serão também discutidas a gerência das contas do movimento desde a sua criação em Março do corrente ano.
Quanto à figura do SG, o porta-voz do MDM explicou que os estatutos do movimento rezam que para aquele cargo o nome é proposto pela Comissão Política e ratificada pelo CN.
“Neste momento não é oportuno avançar o nome”, frisou Carvalho.
Mussá e Moreno
Os deputados da bancada parlamentar da Renamo UE, Ismael Mussá e Maria Moreno, disseram esta semana ao nosso jornal, em momentos diferentes, que ainda não sabem ao certo em que listas de partidos políticos irão concorrer para a próxima legislatura. Mas de uma coisa eles têm a certeza: “Não será pela Renamo”.
Ismael Mussá garantiu que deixará de ser membro do partido nos próximos tempos, enquanto que Maria Moreno referiu que “sou membro, nunca deixei de ser e continuarei a ser membro da Renamo”.
Moreno preferiu não avançar mais detalhes sobre a sua postura nos próximos tempos, tendo respondido, entretanto, que irá participar na Conferência Nacional do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) caso seja convidada para o efeito. Instada a pronunciar-se sobre indicações segundo as quais o nome dela figura na lista dos que poderão preencher o cargo de SG do MDM, Moreno respondeu que “não sou membro do MDM, daí que isso não irá acontecer”.
Mussá acrescentou que o actual rumo dos acontecimentos leva a crer que não haverá grandes mudanças no seio do partido Renamo, pelo menos no que diz respeito ao estilo de gestão que tem vindo a ser seguido pelo líder do partido Afonso Dhlakama, daí que assume que a sua saída do partido começa a ser um dado certo. Dhlakama é acusado de dirigir o partido de forma autocrática.
Por outro lado, o parlamentar disse estar condicionado às formalidades que norteiam o abandono de um partido e, se for o caso, o seu ingresso num outro, pois “não posso me alistar em qualquer outro partido sem deixar antes de ser membro da Renamo”. Mussá entende que, ao que tudo indica, o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, será reconduzido à presidência do partido no Congresso da perdiz que se avizinha. “Pelo menos daqui a um mês, depois do Congresso, saberei dizer com uma maior convicção sobre qual será o meu destino”, precisou.
Mussá acrescentou que as mudanças que podiam ocorrer na Renamo seriam no sentido de responder a uma série de inquietações já antes levantadas por si e por outros membros. “Estamos contra toda uma prática existente no partido. É necessário que surjam alguns nomes a concorrerem para a presidência do partido, não estou a dizer que o actual líder tenha que deixar de ser”, referiu.
Outro aspecto mencionado por Mussá tem a ver com a possibilidade criada na revisão constitucional em 2004 a
Adiamento
No entanto, o maior partido da oposição adiou para os dias 11, 12 e 13 de Junho o congresso inicialmente marcado para 01 e 03 de Junho, alegando “sabotagem da Frelimo”.
O congresso da RENAMO, o primeiro nos últimos sete anos, pretende escolher candidatos do partido às eleições presidenciais, legislativas e provinciais de 28 de Outubro deste ano.
Justificando o adiamento, Fernando Mazanga, porta-voz, afirmou que a Frelimo ocupou instalações da cidade de Nampula justamente nos dias em que a Renamo deveria realizar o congresso, para supostamente realizar reuniões, deixando a perdiz sem possibilidades de se instalar. Porém, em resposta, o porta-voz da Frelimo, Edson Macuácua, afirmou que era falso o que Mazanga tinha dito. O problema, salientou, é que a Renamo não está em condições de realizar o congresso.
Candidatos
Mazanga afirmou que a reunião magna da Renamo servirá “para a renovação e legitimação dos órgãos do partido”, cujos mandatos estão há muito expirados.
Apesar das mudanças dos órgãos directivos, o congresso confirmará o actual presidente da RENAMO, Afonso Dhlakama, como candidato às próximas presidenciais.
No congresso, “poderá haver uma revolução também na bancada parlamentar do partido, com a eventual retirada de deputados da actual legislatura, que não estão em sintonia com os estatutos do partido e traíram o princípio da fidelidade”, acrescentou Mazanga.
SAVANA - 29.05.2009