O MINISTRO da Saúde, Paulo Ivo Garrido, disse ontem em Maputo que em nenhum momento houve negociações para a vinda de médicos americanos para tratar de pessoas em Moçambique, mas sim um pedido de autorização para gestores de programas de saúde na Embaixada dos Estados Unidos da América.
Ivo Garrido, que falava em conferência de imprensa convocada para esclarecer o caso que tem vindo a ser reportado pela imprensa sobre a alegada recusa do Governo moçambicano em permitir que um grupo de médicos norte-americanos venha trabalhar em Moçambique, afirmou que os governos de Moçambique, através do Ministério da Saúde (MISAU), e dos Estados Unidos da América (EUA) , através da sua Embaixada em Maputo, apenas acordaram na contratação de 11 gestores de programas de saúde, alguns dos quais médicos.
Depois de classificar a relação de trabalho entre o seu ministério e a Embaixada dos EUA no nosso país de boa, Paulo Ivo Garrido disse que “nunca em nenhum momento houve negociações entre o Governo moçambicano e a representação diplomática norte-americana para a vinda a Moçambique de médicos para tratar as pessoas”.
“O que eu queria esclarecer à comunicação social é que a Embaixada dos EUA e o Governo de Moçambique, após um processo negocial aceitaram, mutuamente, que era necessário contratar 11 gestores de programas da saúde”, disse, explicando que entre os referidos gestores uns são peritos em informática, em laboratório, em ciências sociais, entre outras especialidades, incluindo médicos.
“Agora eu, como ministro da Saúde, fico incomodado quando dizem que são médicos e começa-se a induzir as populações a erro com a ideia de que se trata de médicos para tratar pessoas nos hospitais”, disse, classificando todas as alegações que têm sido apresentadas, incluindo as de que o Governo recusa médicos para tratar pessoas, de falsas. A este respeito, Paulo Ivo Garrido disse o Executivo moçambicano formal e oficialmente apela aos governos de todo o mundo que queiram apoiar Moçambique com pessoal médico para vir trabalhar no país para o fazerem, vincando que nós estamos abertos, podem os mandar para Moçambique.
A contratação dos 11 gestores de programas de saúde na embaixada norte-americana em Maputo ocorre depois que no ano passado o encarregado de negócios daquela representação diplomática, Todd Champmen, ter anunciado, num encontro havido com o ministro Ivo Garrido que o Governo do seu país estava a aumentar o financiamento para as actividades da Saúde para Moçambique.
No entanto, tal como explicou o titular da pasta da Saúde, inicialmente e depois do anúncio do incremento financeiro para as actividades do sector, a Embaixada dos EUA solicitou 20 posições de gestores, número que desceu para os actuais 11 na sequência das discussões havidas entre as partes sobre a matéria.
“Não houve imposição de ninguém. Foi uma correspondência entre nós”, disse, reiterando não haver nenhuma polémica sobre os médicos americanos.Entretanto, apesar do entendimento entre as partes sobre o número de especialistas a contratar, dados apurados pelo nosso Jornal do Ministério do Trabalho (MITRAB) dão conta de que apesar das exigências das autoridades moçambicanas a representação norte-americana ainda não apresentou a documentação exigida que confirma as qualificações técnicas requeridas para cada posição.
NOTA:
Veja-se que Helena Taipo também falou em "médicos".
Recorde em: http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2009/05/americanos-negam-chantagem.html
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE