O Governo da Unidade Nacional(GUN) que por ventura poderá sair das próximas Eleições Gerais e Provinciais marcadas para Outubro próximo, tem em perspectiva imediata, a mudança da Constituição da República, a dissolução da actual Comissão Nacional de Eleições (CNE), o Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE) e a criação de um novo modelo Parlamentar.
Este sonho é de José Ricardo Viana, líder de uma nova formação política apresentado publicamente anteontem em Maputo, denominada - União dos Democratas de Moçambique - mas, contudo, membro de uma outra formação política, neste caso, a Frente de Libertação de Moçambique(FRELIMO), um caso «sui generis» na jovem política
moçambicana.
Numa das casas de pastos, do Município da Matola, Ricardo Viana, ex-dirigente de uma organização não governamental(LINK), perante uma dúzia de membros e simpatizantes do recém criado UDM, inspirado em Deus, conforme as recitações de versículos Bíblico e Alcorão, enquanto numa mão exibia os dois livros Sagrados, noutra assegurava o microfone; apresentou publicamente o partido depois da leitura dos estatutos e, só desistiu logo que a cerimónia iniciou, o único representante do Corpo Diplomático acreditado no país.
O engº José Ricardo Viana afirmou que “não obstante ser membro e líder de UDM, não significa que já deixei de ser do partido Frelimo (partido Poder), por isso que mantenho este respectivo cartão, porque é meu”, exibiu-o, frisando, a seguir que “pertenço àquela Frelimo dos Presidentes Eduardo Chivambo Modlane - Arquitecto da Unidade Nacional - e Samora Moisés Machel – Primeiro Presidente de Moçambique Independente - daí que esta nova formação política é uma continuidade dos seus ideais” esclareceu ele, enfatizando ainda que “a actual Frelimo é de corruptos e sanguinários”.
No prosseguimento das suas dissertações, Ricardo Viana apontou como consequência do surgimento da UDM, a má governação do Partido Frelimo, ex-Frente de Libertação de Moçambique, de que seu Pai fez parte das fileiras, mas que as estruturas actuais, mostram-se incapazes de manter a segurança, ordem e tranquilidade públicas, criando problemas que se arrastam a todo país e a título de exemplo, o líder da recém UDM diz que “a insegurança chegou a áreas tão sensíveis quanto ás Forças Armadas, a Polícia, agentes da segurança e Informação do Estado (SISE), funcionários séniores do Estado e do Governo, aos tribunais... filhos de camponeses e operários”.
Entretanto, Viana alimentou esperança aos seus correligionários e, não só, dizendo que a mensagem do Governo de Unidade Nacional - vai-se encarregar de criar condições legais para o respeito da heterogeneidade dos moçambicanos, em que todo o cidadão será chamado a assumir cargo de governação, tanto ao nível mais alto da Presidência da
República, Conselho de Ministros, Conselhos Municipais, Assembleias provinciais e Assembleia da República.
Quanto à Assembleia da República, Ricardo Viana disse ser urgente a necessidade de reformar os actuais deputados que só apenas se preocupam com dinheiro e regalias, quando na verdade, nada fazem para o bem-estar do Povo, como forma de justificar os chorudos salários, bons carros, casas luxuosas e viagens ao estrangeiro acompanhadas
por meninas de conveniência, as que chamam de Catorzinhas.
Com relação a dissolução do STAE e CNE, Viana manifestou a sua tristeza de ter sido rejeitado para o cargo de Presidente desta última instituição mas, a sua dor é que, segundo ele, estará por detrás da criação de UDM, o facto de o Governo do partido Frelimo marginalizar os quadros, sobretudo, os formados no tempo colonial.
Portanto, no novo alegado Governo de Unidade Nacional será criado espaço para integrar académicos, filhos de operários e camponeses, pastor de igreja, padres, anciãos, sheiks muçulmanos, indús, desmobilizados de guerra nacional, madgermane, rastafars, jornalistas, intelectuais, agente de segurança privado, funcionário público, e demais
funcionários.
Questionado sobre o número de membros que a UDM possui neste dois meses da sua criação, Ricardo Viana explicou que “todos os moçambicanos são membros do partido, independentemente de serem de outras cores partidárias, porque nesta formação política conforme o nome diz: é união, cabem todos os outros partidos; só este não cabe a outros.
Quanto ao endereço físico da UDM, segundo seu líder, ainda não tem instalações para a sede, mas no dia 28 de Outubro próximo, o partido vai concorrer com outros partidos nas eleições Presidenciais, sendo candidato -ele próprio - (Ricardo Viana), Legislativas e Provinciais.
(Aurélio Muianga) -VERTICAL – 22.05.2009
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