O primeiro porto seco de Moçambique foi construído no terminal de carga da linha do Sena na vila carbonífera de Moatize, na província de Tete, informou o jornal Notícias, de Maputo.
Trata-se de uma infra-estrutura especialmente destinada ao manuseamento de mercadorias de e para alguns países do interior sem acesso ao mar, como Malawi, Zâmbia, Tanzânia, República Democrática do Congo, entre outros e a sua entrada em funcionamento está prevista para Setembro próximo, altura em que será reaberta a ferrovia que esteve inactiva durante cerca de 26 anos, devido à guerra civil.
De acordo com o chefe dos Recursos Humanos, Comunicação e Imagem da Companhia Caminhos de Ferro da Beira, José Caetano, esta infra-estrutura resulta do facto de o ramal Dona Ana/Vila Nova de Fronteira se encontrar completamente degradado, sobretudo entre Nsange e Malawi, numa extensão total de 205 quilómetros no território vizinho, desde a década de 80.
José Caetano não precisou a capacidade do empreendimento, nem o valor do investimento, mas sublinhou que enquanto se aguarda pela restauração física desta ferrovia e com vista a minimizar os custos de operação no manuseamento de mercadorias, aquela empresa ferro-portuária, em parceria com alguns despachantes aduaneiros interessados na concretização deste projecto, designadamente a SDV e Transmaritime de Malawi, Mocargo de Moçambique, entre outros, avançaram com a ideia de instalação do porto seco, em Moatize.
O processo de manuseamento da carga consistirá no baldeamento da mercadoria de comboio para os camiões e vice-versa e, a avaliar pelo interesse do projecto, toda a área reservada ao porto seco já está completamente esgotada, não havendo espaço para qualquer operador.
“A procura é maior e a área está completamente esgotada antes de o comboio reiniciar a circulação entre Moatize e Beira. É um projecto que já está a acontecer antes do comboio”- reafirmou José Caetano.
Algumas empresas zimbabweanas envolvidas na exploração de mármore na província de Tete já ocuparam parte do espaço destinado a este porto em Moatize, que dista 670 quilómetros da cidade da Beira.
Enquanto a Linha de Sena não reabre ao tráfego, todos os operadores aduaneiros recorrem ao sistema rodoviário para importação e exportação das suas mercadorias, solução bastante onerosa e sem segurança, sobretudo pelo actual estado das vias.
(macauhub) - 27.05.2009