A PRÁTICA de tracção animal está a constituir principal desafio do Executivo em Sofala, sobretudo na multiplicação de áreas de produção do algodão. Esta situação acontece numa altura em que muitos camponeses abandonam aquela cultura de rendimento a favor de gergelim, que tende a ganhar mercados nacional e internacional pela aplicação da tabela de preço julgado estimulante.
De acordo com o delegado regional-centro do Instituto de Algodão de Moçambique (IAM), César Marrame, numa primeira fase foram distribuídas 15 juntas de bois para tracção animal no distrito de Marínguè e cinco para Caia. A fonte sublinhou que, diferentemente das outras, estas juntas, para além de charruas, possuem sachadores e ripas que garantem ao camponês efectuar todo o tipo de operações inseridas no cultivo de cereais e algodão.
Para além disso, os mesmos factores de produção agrícola possuem igualmente carroças que permitirão ao camponês escoar a sua produção quer para a sua residência quer para os locais de comercialização cujos beneficiários têm ainda o privilégio de aumentar as suas rendas com o aluguer dos animais para os vizinhos interessados.
“Há anos que o subsector do algodão tem estado preocupado com a melhoria de vida dos camponeses, desde a criação de condições condignas de trabalho até ao resultado final da comercialização. Por isso, julgamos que com a introdução de juntas de gado bovino teremos dado mais um passo rumo ao desenvolvimento” - referiu.
Reconheceu que com a introdução de juntas nas regiões consideradas de potenciais na produção do algodão haverá muita diversificação de culturas, uma vez que o camponês vai diminuir o esforço e terá, por conseguinte, mais tempo para se dedicar as outras coisas.
Ainda no dizer da nossa fonte, no âmbito do incremento da produção do algodão houve um trabalho de base que visava persuadir os camponeses destas potenciais zonas, nomeadamente Marínguè, Caia, Chemba e Gorongosa, a juntarem-se em associações.
A propósito, o administrador de Caia, José Cuela, disse que o povoado de Tchetcha, no posto administrativo de Sena, é um dos que está a beneficiar da iniciativa, descrevendo a acção como podendo vir a mobilização a aderência de outros operadores agrícolas numa produção extensiva ao cultivo de algodão.
Sentimento semelhante também foi manifestado por administrador de Marínguè, Absalão Chabela, o qual acrescentou que na sua área de jurisdição poderá reactivar a liderança no cultivo do algodão a nível da província de Sofala, havendo, para o efeito, movimento comparativo dos camponeses que sustenta esta afirmação.
Dados do Instituto Nacional de Algodão de Moçambique apontam, entretanto, que na campanha finda 12.584 camponeses estiveram envolvidos na produção do algodão na província de Sofala, tendo sido cultivados 9550 hectares. Isto resultou numa produção de 6247 toneladas, num rendimento na ordem de 32 milhões de meticais.