A constante destruição, por elefantes de culturas diversas, os ataques por crocodilos, roubo de gado e a ainda deficiente cobertura do abastecimento de água, da rede eléctrica, telefónica e viária, são algumas das inquietações que afectam a população de Magude, situação que se repete um pouco por toda a província do Maputo.
Por outro lado, um grupo de leões está, de há algum tempo a esta parte, a criar terror nos arredores da vila-sede do distrito da Moamba, que dista cerca de 50 quilómetros da cidade de Maputo.
As súbitas “visitas” de leões a Moamba ainda não causaram vítimas humanas, mas já deixaram inúmeros residentes da região sem os seus animais, na medida em que os carnívoros atacam currais e matam cabeças de vaca e caprinos.
O cenário é descrito como sendo de apreensão e de medo geral no seio dos habitantes da zona, como é o caso de Nyokene, tendo em conta que quando anoitece as famílias não sabem se vão amanhecer completas ou não, principalmente as que não possuem animais nos currais que possam entreter ou saciar a fome dos leões à solta.
Informações que, infelizmente, não conseguimos confirmar junto das autoridades administrativas locais, indicam que na quinta-feira os carnívoros terão invadido uma das escolas primárias da vila-sede sem, contudo, provocar danos entre os membros da comunidade estudantil, composta maioritariamente por crianças.
Quanto à proveniência dos animais, dados em nosso poder avançam que terão entrado para Moamba a partir do Kruger-Park, na África do Sul, devido à danificação da rede de protecção por parte dos próprios habitantes quando pretendem fazer a caça furtiva.
Para fazer face a esta situação de invasão de animais bravios, os residentes da Moamba e Magude apelam às autoridades para aumentarem a capacidade local de resposta, bem como a reposição da vedação danificada que permite a travessia de animais provenientes do lado sul-africano e que contribuem para fazer regredir o esforço que está a ser feito no combater à fome quando os elefantes destroem vastas áreas de culturas diversas.
No tocante à produção, o Governo tem estado a adoptar mecanismos que contribuem para melhorar a vida das pessoas, o que já está a surtir efeitos positivos com a criação de condições dos agricultores aumentarem a produção agrícola.
Com a colocação de valores monetários para a gestão directa e exclusiva dos governos distritais sob decisão dos respectivos Conselhos Consultivos, pequenas realizações, mas de grande impacto, estão a acontecer um pouco por toda a província do Maputo e em particular no distrito de Magude já se consegue abrir furos de água, fazer pequenas manutenções de estradas, construção de infra-estruturas, entre outras acções. No que diz respeito à colocação de energia, o posto administrativo de Motaze foi recentemente ligado à rede eléctrica.
Algumas das maneiras encontradas na província do Maputo para a produção alimentar, em face da seca e estiagem cíclicas que têm afectado muitos distritos, foi a construção e reabilitação de infra-estruturas e sistemas de regadios.
Com efeito, foram construídos e reabilitados nos últimos cinco anos 35 regadios, cobrindo 3692 hectares. Com estas acções a área irrigada em toda a província do Maputo passou a ser de 36455 hectares que estão a ser explorados por 2721 associações constituídas por 8911 camponeses.
Estes regadios permitem que muitos camponeses consigam aumentar a sua produção e produtividade, o que se traduz na disponibilização de mais alimentos para o abastecimento do mercado, aumentando deste modo a renda familiar de muitas pessoas.