“As leis oferecem segurança da propriedade privada”, revela Salimo Abdula, presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique, (CTA), durante uma palestra sobre oportunidades de negócios proferida a empresários brasileiros de visita ao país.
O presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique, (CTA), Salimo Abdula, garantiu aos empresários brasileiros interessados em investir em Moçambique, que o País oferece condições seguras para o desenvolvimento do empresariado privado. “Moçambique é um país que oferece segurança na propriedade privada estando a sua economia num processo de crescimento sendo que a ansiedade de crescimento do sector privado é, neste momento, maior”, disse Abdula, em palestra que proferiu ontem em Maputo, em que o público-alvo era constituído essencialmente por empresários brasileiros interessados em investir em Moçambique.
Num encontro que contou com presença de representantes do Centro de Promoção de Investimentos, (CPI), IPEM e alguns empresários nacionais, Salimo Abdula disse aos presentes que actualmente o “empresariado nacional está a pressionar o governo de modo a criar condições cada vez mais favoráveis ao ambiente de negócios”.
Mas garantiu que o empresariado brasileiro interessado em investir no país, pode usar a plataforma moçambicana para exportar os seus produtos para outros mercados da região” da SADC que conta com um potencial de 250 milhões de consumidores.
Em forma de sugestão, o presidente da CTA falou dos sectores da energia, agricultura, transportes, minas sendo, segundo Salimo, as áreas em que os dois países - Moçambique e Brasil - podem desenvolver grandes investimentos.
Por seu turno, Ernesto Edmundo Fumo, do IPEM, que também usou da palavra durante a palestra, o sector metalomecânico virado à produção de equipamentos para a indústria transformadora é outra área fértil que deveria merecer maior atenção em investimentos dos empresários brasileiros. Ele disse que pode-se aproveitar o facto de este tipo de indústria estar concentrado somente nas cidades de Maputo e Beira
“O resto do país não tem quase nada. E também as únicas empresas existentes só produzem na sua maioria utensílios domésticos e não ferramentas industriais”, disse revelando ainda que a maior parte deste material é actualmente importado.
Dando um exemplo do que são os incentivos que o governo está a dar e que podem impulsionar os investimentos externos na área metalomecânica, Ernesto Fumo falou dos “cerca de 300 mil dólares americanos que são transferidos pelo Estado no âmbito dos projectos de iniciativa local nos distritos que visam incrementar o desenvolvimento”. “Há neste momento um maior incremento da produção agrícola havendo uma grande necessidade da criação de indústria para o processamento dos produtos daí derivados”, disse. Acrescentaria ainda que “criar uma empresa em Moçambique é hoje mais fácil do que antes pois há muito interesse de se mecanizar a agricultura”.
Moçambique é estratégico
Nuno Maposse, do Cento de Promoção Industrial (CPI), disse à delegação brasileira que Moçambique é um país estratégico do ponto de vista geográfico pois qualquer investidor pode ainda ter, para além do mercado regional, acesso a outros mercado tais como o asiático e europeu.
Sublinhou que os 2700 quilómetros da costa que o país apresenta são ainda favoráveis para o desenvolvimento da indústria turística. Disse que “A economia de Moçambique está ainda pouco exposta para o mercado internacional, razão para qual a crise financeira mundial pouco se fez sentir a não ser somente em relação a produtos relacionados com a economia sul-africana”.
Falou do crescimento das exportações importações ligadas a mega-projectos que no seu entender estão a crescer, fazendo referência a produtos específicos onde incidem as exportações do país nos últimos cinco anos. Destacou “alumínio, gás, electricidade, camarão, tabaco, castanha de caju e madeira”, entre outros.
(Alexandre Luís) - CANAL DE MOÇAMBIQUE - 12.06.2009