TRINTA e seis armas de fogo de fabrico artesenal foram apreendidas no primeiro trimestre do ano em curso no distrito de Funhalouro, em Inhambane, presumivelmente usadas para a caça furtiva. No mesmo período, nove viaturas transportando cento e quarenta peças de carne de animais abatidos ilegalmente na floresta foram apreendidas pelas autoridades locais, durante as actividades de rotina de fiscalização e emboscadas contra caçadores furtivos e madeireiros não licenciados.
Dados apurados pela nossa Reportagem indicam que na localidade de Copo actuam diversos grupos que se dedicam ao fabrico de armas com recurso a material local. Por outro lado, alguns residentes adoptaram o sistema de fabricar armas não só para caçar animais, mas também para alugá-las aos interessados sem no entanto se preocuparem em saber para que actividades os seus clientes usam as armas. Foi nesta localidade do distrito de Funhalouro onde igualmente o Conselho Cristão de Moçambique instalou o projecto de troca de armas por enxadas.
Neste quadro, o Conselho Cristão de Moçambique já recolheu mais de quatrocentas armas de fogo na implementação do projecto TAE, estando em curso o trabalho de mobilização e sensibilização dos residentes para aderirem ao projecto de forma a acabar com as armas que continuam escondidas na região. “Ainda há muitas armas escondidas na localidade de Copo”, disse o pastor Aníbal, do Conselho Cristão de Moçambique, em Inhambane, para quem não só estão escondidas nas matas, mas também grandes quantidades estão guardadas nas suas casas, para além de outras que ainda são fabricadas.
Na localidade de Copo o Conselho Cristão de Moçambique já destruiu na presença do público muitas armas de fogo e para incentivar as populações a entregar as armas organizou várias exposições de artigos construídos na base de material resultante da destruição das armas de fogo. Aviões, equipamento de filmagem, rádios e outros instrumentos são parte dos artigos das exposições um dos quais organizadas no âmbito da visita do governador da província a Copo.
Alberto Xavier Rego, administrador do Distrito de Funhalouro, disse há dias à nossa Reportagem em Copo que mais de quatrocentos e trinta mil meticais é o valor que o Governo arrecadou no primeiro trimestre deste ano, resultado das multas aplicadas aos ilegais surpreendidos pelas autoridades a praticar a caça ilegal ou a exercer actividade de madeireiro sem autorização para o efeito.
- Victorino Xavier