Com a devida vénia reproduzimos a notícia da “Época” (G1) Nota: texto na íntegra em português brasileiro.
“Então é verdade, no Brasil é duro ser negro?”
A mais importante atriz de Moçambique diz ter sofrido discriminação racial em São Paulo
Eliane Brum - 19/06/2009 - 15:04 - Atualizado em 19/06/2009 - 21:02
Fazia tempo que eu não sentia tanta vergonha. Terminava a entrevista com a bela Lucrécia Paco, a maior atriz moçambicana, no início da tarde desta sexta-feira, 19/6, quando fiz aquela pergunta clássica, que sempre parece obrigatória quando entrevistamos algum negro no Brasil ou fora dele. “Você já sofreu discriminação por ser negra?”. Eu imaginava que sim. Afinal, Lucrécia nasceu antes da independência de Moçambique e viaja com suas peças teatrais pelo mundo inteiro. Eu só não imaginava a resposta: “Sim. Ontem”.
E ainda insistem em querer esconder os fatos. Em dizer que a matéria que reflete a realidade é que tenta polemizar nossa vida. Lucrécia é linda e não foi a violência de São Paulo que fez a mulher em sua frente acusá-la de tentar roubar sua bolsa, foi oo racismo em sua cabeça. O racismo está tão presente naquela situação como está nos comentários de Namulafe, e no argumento de que aqui nós não temos racismo ou de que expor os eventos que apontam a discriminação é incitar o ódio racial. Chega de calarmos ante as situações que merecem respostas, se faltaram palavras a Lucrécia naquele dia, não faltaram palavras pra todos que leram esta matéria. Poder para o povo preto.
nalumafe | RJ / Rio de Janeiro | 21/06/2009 15:17 - tirem essa matéria do ar
Tirem essa matéria do ar, já deu o que tinha que dar! Mais do quinze minutos de fama para essa mulher. Essa matéria é mais do que tendenciosa e fica fomentando a ira e o racismo nas pessoas. A matéria é extremamente perniciosa e má intencionada. Colocam uma coisa desta na mídia mas ninguém apura a veracidade do fato. Inclusive um fato corriqueiro tendo em vista uma cidade cheia de violencia como São Paulo e Rio. Se vcs não tirarem logo essa matéria do ar mostra definitivamente que o que vcs querem é polemizar algo que não existe, ou seja , vcs são tremendamente mal intencionados. O que tinha que ser dito aqui já foi dito, agora o que vcs querem encher linguiça ou confusão. Coloquem alguma coisa melhor com uma pessoa mais bonita e mais simpática. Pq nós não somos BABUS (brancos ladrões como se referem aos brancos em Moçambique) para ficarmos aturando a cara desta senhora. Volte para Moçambique que é o melhor que ela faz, ao invés de ficar detonando o Brasil.
giba | SP / São Paulo | 21/06/2009 14:59 - QUANDO ODIAMOS NÓS MESMOS.
Os principais racistas somos nós mesmos, que transferimos essa mesma cultura para nossos filhos, assim como mulheres que reclamam do machismo e criam filhos machistas, porque no fundo já incorporaram esses valores. Se não entramos na USP , se não aparecemos em cargos importantes e de destaque a culpa é nossa, somos uma raça entregue. E a pergunta é até quando ? Chega de desculpas, as chances estão ai, é um pouco mais difícil para quem é pobre e preto ? É, mas isso só deveria nos fazer mais forte, mais lutares e melhores. Muitas raças foram perseguidas ao longo do tempo é só ficaram mais fortes, vamos fazer o mesmo. Toda oportunidade pode ser uma ameaça , assim como toda ameaça pode ser uma oportunidade, de crescimento. Somos tão inteligentes quanto a raça branca e somos mais criativos , se acreditarmos em nós nada pode nos deter.
Flávia Ferraz | PR / Abatia | 21/06/2009 14:31 - Quando vai parar?
Sei que a discussão de cotas e das questões de discriminação racial são importantes para que tanta injustiça possa ser reconhecida e reparada. No entanto me parece que, infelizmente, é inevitável que o racismo cresça mais e mais, e que seja mais percebido antes de ser enfraquecido. E curiosamente o racismo contra brancos também está crescendo, ou pelo menos sendo mais expresso, até mesmo como forma de desabafo por muitos que já sofreram. Eu não sou negra e já fui vítima de preconceito por pessoas que devido a cor de minha pele simplesmente me tomaram como racista. Já reclamei de tratamento recebido e tudo que ouvi é que estava sendo "racista", como se tudo hoje fosse uma questão de pele e não mais de relações entre pessoas. Também me magoei por ser "classificada" pela cor de minha pele, sei o que a atriz sentiu. Fui colocada ao dos "dominantes" sem nem mesmo me sentir assim ou concordar com essa tal de "ideologia branca"... Generalizações são péssimas em todos os casos.
Tiago | SP / São Paulo | 21/06/2009 14:14 - São Paulo é rica mas não é moderna
Os que conhecem bem São Paulo sabem que a modernidade passa longe de uma parcela grande dos paulistanos. Felizmente, essas pessoas não são maioria. Historicamente a cidade de São Paulo sempre apresentou um aspecto xenófobo e retrogrado, ilustrado pela Revolução de 32 e pela Lica das Mulheres Católicas que protestava porque acreditava que os comunistas comiam criancinhas. Aliás, talvez no caso dessa moça seja mais um ato de xenofobia do que racismo contra os negros. É claro que se fosse um europeu a mulher dificilmente faria isso, mas se fosse um índio da Bolívia ou um chinês provavelmente o tratamento seria o mesmo do dado a moça negra.
aliberto amaral | DF / Nucleo Bandeirantes | 21/06/2009 14:03 - RACISMO
Uma casa de cambio deve ter video camara. Por que ela não foi acionada? Aparentemente a Lucrécia ainda tem o DNA da dominação colonial portuguesa em Angola. Ela tinha mais é que sair na porrada com essa branca ridicula., que se neteu a fogueteira na fila da casa de câmbio. Depois do ocorrido não adianta chorar pelo leite derramado. É muito comodo, dizer depois que não conseguiu dormir, teve pesadelos, etc,etc. Quem é essa branca? É importante descobri-la. Ela precisa ser ouvida. É importante ouvir o outro lado. Sempre!!! Não posso aceitar como verdadeira as afirmações da Lucrecia. Temos que esclarecer isso. Estamos vivenciando isso agora no Senada Federal. O jurássico Presidente Sarney está dizendo que não tem nada a haver com as "n" nomeaçoes da familia dele. Logo essa branca poderá vir a dizer que a Lucrécia se enganou, patati, patata...como dizia a grande Miriam Makeba. Ali
giba | SP / São Paulo | 21/06/2009 13:49 - PIOR DO PRECONCEITO É QUANDO ODIAMOS NÓS MESMOS Todos os filmes mostram heróis brancos, loiras com olhos azuis, todas as características na raça dominante. É normal depois de tanta lavagem cerebral através desta cultura imposta que nos odiemos por sermos negros. Porque lutar se somos os vilões, se somos feios, se nascemos para sermos vencidos. Com isso nos tornamos vitimas fáceis do alcoolismo, drogas e perdemos toda nossa força interna, pois se você destrói a cultura de um povo, você o destruirá. Depois soluções estúpidas como programas de quotas como se fossemos deficientes. Mas isto esta mudando, hoje temos em quem nos inspirar como o Obama, podemos acreditar que nada é inalcançável, outros heróis negros estão surgindo com dignidade, beleza e força. Quanto a reportagem achei de um sensacionalismo vergonhoso, até mesmo a história de chamar a policia da imigração é ridícula, num pais de maioria negra.
Josefina Serra dos Santos | DF / Brasília | 21/06/2009 12:02 - A hipocris
Quer dizer que vocês jornalistas ligados a instituição Globo, só acreditam que, os que dizem brancos brasileiros são todos racistas, quando declaram o seu racismo, contra alguém de outro país. Antigamente até que doía muíto, hoje já me acostumei que os brancos são racistas, e parabenizo as pessoas, que assumem isso públicamente, que são racistas como, a Globo, Kamel, o Judiciário, UERJ, Caetano Veloso, Vera Gimenez, o Governo de São Paulo, como vários outros artistas, só não podem esquecer que morrem e situações terríveis, pois a única justiça que existe é a divina. Fonte: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI78162-15228,00-ENTAO+E+VERDADE+NO+BRASIL+E+DURO+SER+NEGRO.html
Nota breve do Autarca: Reparem como a referência histórica sobre Moçambique só menciona:… “num país que foi colônia portuguesa até 1975 e, depois, devastado por 20 anos de guerra civil,”… Foi omitida que essa independência foi obtida pela luta armada, durante 10 anos, contra o colonialismo português, e, que essa “guerra civil” foi instigada pelas ditas minorias brancas portuguesas, rodesianas e sul-africanas durante 16 anos. É assim que também se manipula a informação.