Comentando sobre o informe que o chefe do Estado prestou na Assembleia da República, na passada segunda-feira, o deputado da Assembleia da República pela bancada da Frelimo, António Frangoulis, classificou o sector da justiça como sendo “o elo mais fraco do actual governo”, e disse que pelas falcatruas cometidas pelo Ministério Público, o Procurador-geral da República, Augusto Paulino, deve ser cobrado pelos deputados que estiverem no Parlamento na próxima legislatura. Falando concretamente do polémico caso de mandato de captura contra o advogado Abdul Gani e seu assistente de escritório, Zainadine Jamaldine - este último que chegou a ficar encarcerado durante mais de 24 horas na cadeia civil de Maputo - António Frangoulis disse que “o chefe do Estado foi prudente ao não se pronunciar” sobre o aludido caso, durante o seu informe no Parlamento. Acrescentou, no entanto, que quem deve ser questionado sobre o que realmente sucedeu com os dois advogados “é o Procurador-geral da República, no seu próximo informe na Assembleia da República”. “O chefe do Estado é o tecto do poder do Estadual, fica mal que ele fale de um caso pontual, como é aquele, que ademais carece de explicação profunda sobre que terá sucedido”, disse Frangoulis em entrevista ao «Canal de Moçambique» e acrescentou: “nós temos de esperar, a vida não acaba hoje, próximo ano será outro mandato, mas devemos pedir ao próprio Procurador quando vier dar o informe para explicar o que aconteceu. Não ficará nada esquecido até lá...”, disse Frangoulis. Quanto à fragilidade do sector da justiça do governo actual, o deputado que detém profundo conhecimento da área, tendo até ocupado cargo de director da Polícia de Investigação Criminal, (PIC), na capital do País, defende que “não poderíamos dizer que o estado da Nação estivesse mau, porque aquele sector estivesse, mau”. Entretanto, para dissipar equívocos quanto à posição que defende, clarifica que “nesta altura podemos afirmar sem qualquer equívoco que o sector da justiça é o ele mais fraco daquilo que são os sectores do nosso Estado”, frisou.
(Borges Nhamirre) - CANAL DE MOÇAMBIQUE - 24.06.2009 |