Presidente interino da Guiné-Bissau, Raimundo Pereira, disse que as eleições presidenciais que estão a decorrer hoje são “um passo importante para a estabilidade” do país, algumas horas após a abertura das urnas.
As eleições decorreram sem que se tivessem registado quaisquer incidentes durante as primeiras horas.
Cerca de 600 mil eleitores vão escolher hoje um sucessor do antigo presidente João Bernardo Nino Vieira, assassinado a 2 de Março, algumas horas após o atentado que vitimou o chefe do Estado-Maior do Exército.
A 5 de Junho, um dos candidatos, o ex-ministro da Administração Interna, Baciro Dabo, e o antigo ministro da Defesa, Helder Proença, foram assassinados por militares. Estes crimes levaram um dos candidatos, Pedro Infanda, a retirar-se da corrida.
Raimundo Pereira, que assumiu interinamente a presidência a 3 de Março, após a morte de Nino Vieira, apelou ao voto numa eleição que considerou “muito importante para a normalização do país”.
O antigo presidente da Assembleia Nacional e membro do PAIGC, que não é candidato nesta eleição, disse que “o próximo Presidente deve dar prioridade ao diálogo e à construção da estabilidade”.
No terreno, os eleitores exprimem um desejo idêntico de estabilidade e de regresso à normalidade. “Penso que esta votação vai-nos trazer felicidade. Não há tranquilidade no país e é difícil trabalhar. Há vários meses que não temos salários”, disse um funcionário público à AFP.
As urnas de voto abriram às 07h00 locais (08h00 em Portugal) e encerrarão às 17h00 locais (18h00 em Portugal).
Durante a manhã, a participação era baixa em mesas de voto visitadas por esta agência francesa. “É domingo e as pessoas vão à igreja primeiro”, disse o presidente de uma mesa de voto no centro da capital, Bissau.
150 observadores foram mobilizados para acompanhar o escrutínio e a segurança é garantida por 3600 polícias e militares.
PÚBLICO - 28.06.2009