O crescimento económico em África chegará aos 2,8 por cento do produto interno bruto em 2009, podendo crescer parcialmente para os 4,5 por cento em 2010, segundo um relatório apresentado quarta-feira pelo Banco Africano do Desenvolvimento, na Tunísia. De acordo com o relatório, realizado em parceria com a União Europeia (UE) e com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), o crescimento do continente será profundamente marcado pelas disparidades regionais. As economias mais abertas serão as mais afectadas pela crise, sobretudo aqueles que assentam nos recursos mineiros e na exportação de petróleo (Nigéria e Botswana), a África Oriental, essencialmente agrícola, estará mais protegida (Ruanda e Etiópia).
O aumento do preço do petróleo, fertilizantes e bens alimentares provocou picos de inflação até aos 13,5 por cento (contra 7,9 em 2007) nos países importadores. Os países cuja economia depende amplamente das exportações de petróleo também registaram taxas de inflação na ordem dos 10 por cento em 2008 contra os 7,2 verificados no ano anterior. "As economias mais resistentes são aquelas que mantém relações sul-sul no continente e com os países emergentes, incluindo com a China", afirmou Guillaume Grosso, conselheiro político da OCDE. O relatório, que inclui estudos da situação económica de 45 países, tem grande enfoque na "inovação e tecnologias de informação e comunicação", um sector com uma taxa de crescimento "ainda fraca." "Há uma ruptura numérica em África não só com o mundo industrializado mais entre países africanos", referem os autores do estudo, sendo a taxa de penetração da Internet inferior a 7 por cento na África subsariana e superior a 40 por cento na África do norte.
LUSA – 09.07.2009