A acção deverá abranger, entre outros bairros, os do Alto-Máe, Chamanculo A, B e C, Malhangalene A e B, com mais ruas abrangidas pelo processo de substituição das designações, que já vai na sua segunda fase, segundo o porta-voz da Assembleia Municipal, Gaspar Sitóe.
Nesta etapa a alteração de topónimos abrangeu a zona de cimento e arredores, sabendo-se, porém, que as designações atribuídas na era colonial, terminadas com a independência nacional em 1975, também existem nos bairros suburbanos.
Assim, com base na nova toponímia, as ruas Lacerda de Almeida, no Chamanculo B, Paiva Couceiro, no Alto Maé, Rua da Esperança, no Aeroporto “A”, e Rua da Gávera, no Bairro Central B, passam a designar-se Marcelino dos Santos, Rua da Udenamo, Augusto Macamo e Mário Dimande, respectivamente. Na mesma óptica a Rua Trindade Coelho passará a designar-se Rua Avelino Mondlane.
Ainda no mesmo processo, a Rua Porto Alegre, no Bairro da Malhangalene B, passará a Rua Mártires de Homoíne, em homenagem às vítimas do massacre de Homoíne, ocorrido a 16 de Junho de 1986, no decurso da guerra de desestabilização.
Gaspar Sitóe explicou que as novas denominações vão abranger nomes de figuras que se destacaram pela causa nacional nas mais variadas áreas, nomeadamente política, cultura, educação, saúde, religião, desporto, música, entre outras.
Sabe-se que até meados do ano passado apenas 800 vias de acesso, das cerca de 2700 registadas na cidade de Maputo, é que possuíam denominação. As restantes 1900 eram identificadas por números codificados, facto que se mostra bastante constrangedor para os munícipes, dado que facilmente as confundem.
Foi para inverter este cenário que a Assembleia Municipal aprovou um regulamento de atribuição de topónimos em 2006, tendo na sequência disso sido criada a Comissão de Toponímia, composta por oito membros, para estudar a atribuição de nomes às vias, que podem ser avenidas, ruas, pracetas, travessas e outras.
Para além da substituição dos topónimos herdados do colonialismo, a Assembleia Municipal aprovou, na generalidade, a proposta de alteração de nomes dos Distritos Municipais número um, dois, três, quatro e cinco, tendo sido entregue às Comissões de Trabalho que vão auscultar as bases sobre os novos nomes a serem atribuídos.
Com base na nova toponímia, o nosso Jornal, por exemplo, ficou a localizar-se na esquina entre a Rua “Joaquim Lapa” e a Rua do Notícias, contrariamente às antigas designações, com base nas quais se localizava no entroncamento da primeira com a Rua Baptista Carvalho.
Interessante que "a Rua Porto Alegre, no Bairro da Malhangalene B, passará a Rua Mártires de Homoíne, em homenagem às vítimas do massacre de Homoíne, ocorrido a 16 de Junho de 1986, no decurso da guerra de desestabilização". E as vítimas da Frelimo não têm direito a ser lembradas? E agora já não existiu uma guerra civil: é guerra de desestabilização. Mas as únicas tropas estrangeiras existentes em Moçambique,e referidas no AGP, estavam ao lado da Frelimo. A Renamo não tinha tropas estrangeiras a apoiá-la. Em que ficamos?
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE