Diário de Opinião
Prezados e Respeitados zambezianos,
Nem podem imaginar quão feliz fiquei, quando pensei em vos endereçar esta carta que de certo modo vai servir de mais um instrumento de diversão ou de reflexão de acordo com o sentimento de cada leitor.
Faço esta carta num momento em que o mundo inteiro está preocupado em mudanças e desenvolvimento, apesar da crise económica que nos afecta independentemente das nossas situações sócio-económicas.
Acredito que o caro leitor tem acompanhado ou lido as minhas opiniões que tenho escrito neste jornal, com o título “O azar de ser zambeziano”.
Os meus artigos têm criado muita inquietação no mundo das pessoas bem posicionadas no governo e no partido que está no poder.
Face a esses recados, achei por bem deixar de dar a minha opinião a volta do desenvolvimento a minha província e fechar a boca para evitar o convite ao repouso eterno antes de ser chamado por DEUS como aconteceu com o saudoso Carlos Cardoso.
Os tais recados que venho recebendo, são provenientes de Quelimane e aparentemente de pessoas bem posicionadas. Mas que pouca vergonha, se tivessem essa tal vergonha??!!
Eu vou deixar de escrever só pelos seguintes motivos:
1. Sou pai e mãe emsimultaneo, a cuidar meus filhos cuja mãe se encontra em local incerto há sete anos sensivelmente;
2. Gosto e amo os meus filhos e gostaria de lhes dar uma educação adequada para um dia serem testemunhas da causa da Zambézia;
3. Tive experiencia amarga do que me fizeram alguns zambezianos até à destruição do meu lar;
4. Conheço perfeitamente a cobardia dos zambezianos;
5. Fiz toda a minha vida em Quelimane a defender os interesses do Partido Frelimo e conheço o sabor amargo dos machuwabos;
6. Eu sou Mmanhawa e conheço o tratamento de que são feitos os que não são machuwabos.
São esses entre outros motivos que me fazem com que eu em definitivo deixe de dar a minha opinião no Diário da Zambézia.
Mas meus irmãos, eu quando escrevia, nunca em nenhum momento tive a intenção de magoar alguém. Assim, posso vir apensar que os que me ameaçam, são os mesmos que não querem ver o desenvolvimento daZambézia. A ser assim penso que ainda estamos na última carruagem do comboio. Mas não se esqueçam que estamos no século XXI e os desafios são maiores.
Qualquer das maneiras, um dia vocês se recordarão de mim; só que será muito tarde.
Não gostaria de terminar sem reiterar o que tenho dito de que,”se a Zambézia se não desenvolve será por culpa própria de alguns zambezianos”.
Contudo, o meu muito obrigado a todos aqueles leitores atentos e que lutam para o desenvolvimento da Zambézia.
Continuem meus irmãos! Ninguém há-de vir da China ou Inglaterra para desenvolver a nossa terra! O que o estrangeiro pode fazer, é sim senhor saquear a nossa terra e riqueza.
Aqui no Sul o desenvolvimento è uma realidade!
Ajudam-se; não se odeiam como nós fazemos; não estão preocupados em tirar emprego deste ou daquele como nós fazemos; estão preocupados com o bem estar de cada um.
O meu muito obrigado por tudo e que Deus nos protege.
Muito atentamente,
Rondinho Calavete
DIÁRIO DA ZAMBÉZIA – 07.07.2009
NOTA:
É muita a sua coragem! Tem aqui um canto se quiser continuar a escrever.
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE