Timor-Leste e Guiné-Bissau são dos 30 países onde é maior o risco de colapso do Estado, segundo a listagem anual de "Estados falhados", terça-feira divulgada pela revista Foreign Policy, e encontram-se em situação de "perigo". Na listagem, elaborada em colaboração com o Fundo para a Paz, Timor-Leste é o país lusófono pior colocado, surgindo na 20ª posição entre os 60 países focados na listagem, sete lugares acima do registado no ano passado e bem dentro da zona do "perigo". A perda de legitimidade do Estado, a situação dos refugiados, o aparelho de segurança e perigo de intervencionismo externo são, dos 12 critérios, aqueles
Angola também subiu uma posição, para 55º lugar, tendo no subdesenvolvimento e pressões demográficas os critérios mais penalizados, e no crescimento económico o ponto forte. Excluindo Portugal e Brasil, São Tomé e Príncipe é o país lusófono em melhor posição (95º), seguindo-se Cabo Verde (84º) e Moçambique (72º). A lista dos "Estados falhados" de 2009 aponta para uma degradação geral da situação, atribuída à crise económica global e à disseminação de grupos terroristas nalguns países, como o Iémen ou o Paquistão. Pelo segundo ano consecutivo, é liderada pela Somália, seguindo-se Zimbabué, Sudão, Chade e República Democrática do Congo. "A recessão global está a alimentar medos de que muitos Estados possam descer em conjunto para a zona da falhanço. Mais do que nunca, a triagem de Estados-falhados pode tornar-se numa cruel necessidade para os líderes mundiais, das Nações Unidas ao Banco Mundial, passando pela Casa Branca do presidente Barack Obama", escrevem os responsáveis pelo estudo.
"Tudo isto vem colocar um antigo e desconfortável dilema: quem devemos ajudar, quanto tantos precisam de ajuda?", questionam.
LUSA – 01.07.2009