O grupo das oito economias mais industrializadas do mundo (G8) vai propor um "manual de boas práticas" para a compra de terrenos agrícolas em África, segundo o projecto de comunicado final da reunião que decorre em L´Aquila.
"Vamos trabalhar com os nossos parceiros e com as organizações internacionais para elaborar uma proposta comum sobre os princípios e as melhores práticas em matéria de investimento agrícola internacional", refere o projecto de texto, citado pela AFP.
A proposta inspira-se num recente relatório das Nações Unidas que levanta dúvidas sobre a compra em grande escala de terrenos agrícolas em África pelos investidores privados e sobre os perigos que este fenómeno acarreta. A China e a Coreia do Sul, mas também alguns países do Médio Oriente, estão entre os principais compradores, interessados em produzir para exportar bens alimentares para os seus mercados internos. "As compras de terrenos agrícolas estão em rápido crescimento em África e noutras zonas, acarretando o risco de que as populações rurais mais pobres percam os seus direitos sobre as terras e outros recursos naturais, se estas operações forem mal conduzidas", refere o relatório da ONU, que resultou de um estudo em oito países.
O G8 vai discutir na sexta-feira a situação em África, numa reunião de trabalho em que participam países africanos como a África do Sul, Angola, Etiópia, Nigéria e Senegal.
Hoje, as organizações não governamentais acusaram o G8 de não cumprir as suas promessas de aumento da ajuda a África e pediram medidas urgentes.
Em 2005, o grupo chegou a acordo para disponibilizar, até 2010, 50 mil milhões de dólares em ajuda aos países africanos, que estão entre os mais pobres do planeta.
Segundo estas ONG, entre elas as Oxfam, faltam 23 mil milhões de dólares para que seja cumprida a promessa. "É altura de o G8 se sentar à mesa das discussões e produzir um programa de urgência. Vinte e três mil milhões de dólares não é muito comparado com o que foi gasto para manter os bancos em funcionamento", afirmou Farida Bena, directora da Oxfam em Itália. Os
"A situação continua incerta e os riscos subsistem para a estabilidade económica e financeira. Notamos sinais de estabilização nas nossas economias e pensamos que a inversão de tendência será reforçada quando as medidas (de apoio) atingirem o seu pleno efeito", refere o documento dos oito países mais industrializados. A pior crise económica do pós-guerra é um dos temas em destaque na cimeira do G8 (Alemanha, França, Itália, Reino Unido, Rússia, Canadá, Estados Unidos e Japão) que decorrerá até sexta-feira em L'Aquila, cidade italiana devastada por um forte sismo a 06 de Abril passado.
LUSA – 09.07.2009