Especialista desmente percepção do governo
- segundo estudo, empresários indicam a pouca concorrência, o crescimento do mercado doméstico e a estabilidade política como factores determinantes na sua decisão em investir em Moçambique
A percepção do executivo moçambicano de que a política dos incentivos fiscais é um factor determinante na atracção de mais e maiores investimentos pode não ser, na sua totalidade, verdadeira. É que um estudo apresentado, semana passada, na cidade de Maputo, por um reputado economista norte americano indica que o crescimento dos projectos que vem sendo implementados nos últimos tempos, no país, não tem nada a ver com a política de incentivos fiscais, mas com outros factores, maioritariamente relacionados com as reformas fiscais que vem sendo implementadas pelas autoridades moçambicanas. O estudo baseado em entrevistas a empresários nacionais e estrangeiros com interesses empresariais em Moçambique aponta a pouca concorrência em determinadas áreas de investimento, o crescimento do mercado doméstico, a estabilidade política como factores que determinaram, em larga medida, a sua decisão em virem investir no país. À estes factores acresce-se, igualmente, a existência de portos devidamente operacionais para importar e exportar os seus produtos, a chegada de energia da rede nacional a regiões onde investem e a isenção aduaneira na importação de equipamento como outros factores que deram grande contributo para o seu sim final.
Dos 125 empresários entrevistados, apenas 1 respondeu positivamente à pergunta sobre a política de incentivos fiscais como determinante para atracção de investimentos.
O estudo concluiu que as isenções aduaneiras são mais importantes que a ruptura de impostos.
Estes dados foram partilhados por Bruce Bolnick, director associado e Chief Economist da International Group, Nathan Associates Inc. nos Estados Unidos durante a apresentação da palestra subordinada ao tema: “A política de incentivos fiscais e iniciativas de investimento”, organizada pelo Centro de Estudos Moçambicanos e Internacionais. Bolnick é um economista com mais de 30 anos de experiência como professor, consultor técnico, gestor de projectos e consultor internacional na África e na Ásia. (F.M.)
MEDIA FAX – 13.07.2009