O VETERANO da Luta de
Libertacao Nacional, Marcelino dos Santos, reiterou esta semana em Argel, a
solidariedade da Frelimo e do povo moçambicano para com a Frente Polisário e o
povo saharaui, que há vários anos lutam pela independência do Sahara Ocidental
ilegalmente ocupada pelo Reino de Marrocos desde meados da década de 1970.
Maputo, Sábado, 18 de Julho
de 2009
Marcelino
dos Santos que falava num colóquio sobre as lutas de libertação nacionais,
realizado em Argel, no ambito do II Festival Panafricno da Cultura, referiu que
hoje como sempre a Frelimo e os moçambicanos continuam firmes no seu apoio
inabalável aos saharauis, que corajosamente e em condicoes extremamente
adversas combatem, sob a liderança da Frente POLISARIO, o colonialismo
marroquino, cujas autoridades ocupam ilegalmente o território do Sahara
Ocidental, perpetuando o sofrimento do seu povo.
“Queremos
aqui e agora, reafirmarmos a nossa total solidariedade ao povo saharaui, ah sua
vanguarda, a Frente POLISARIO e a todos os seus dirigentes, manifestando a
nossa confiança de que um dia, com abnegacao e coragem eles vencerão o poder
ocupante no seu território”, afirmou Macelino dos Santos, falando em francês,
ladeao pelo representante da Frente Polisario na capital argelina e pelo
tanzaniano Salim Ahmed Salim, ex-secretario-geral (1989 – 2001) da extinta
Organização da Unidade Africana (OUA).
Foi
um encontro em que se falou da África das culturas e lutas de libertacao
nacionais, passando em radiografia o passado e actual situacao dos antigos
movimentos de libertacao continentais, antes de se abordar o actual momento do
renascimento africano, portador de todas as nossas esperanças de uma africa
economicamente forte, unida e livre de todas as formas de discriminação.
Para
alem de vários lideres políticos, diplomatas, dirigentes e docentes de varias
universidades Áfricanas, participaram também no encontro, ex-dirigentes de
organizaões continentais, entre os quais Eteki Mboumoua, antigo
secretario-geral da OUA (1972-1978, Edem Kodjo também ex-secretário-geral da
OUA (1978-1983 e Amara Essy, igualmente antigo secretário-geral da OUA em 2001
e depois presidente interino da Comissão da União Africana (UA – 2002-2003).
Na
sua intervenção, Marcelino dos Santos recordou o papel assumido pela argélia na
libertacao da África, destacando que muitos combatentes das antigas colónias
europeias receberam neste pais, a sua frmacao militar, para promoverem e
orientar as guerras de liberttacao nos seus países, então sob dominacao
colonial. Entre outros citou os casos dos primeiros guerrilheiros da Frelimo,
incluindo Samora Machel, que mais tarde viria a ser presidente de moçambique
independente.
“Em
1962, pouco depois da independência da argélia, este país recebeu os primeiros
guerrilheiros da Frelimo para preparação militar. Depois do seu regresso a
moçambique, a argélia enviou-nos as primeiras armas com as quais iniciamos a
luta pela independência do nosso país, a 25 de Setembro de 1964”
A
ministra argelina da Cultura, Khalida Toumi, que discursou na abertura do
encontro, manifestou a alegria do seu povo pelo papel que assumiu no grande
projecto da emancipação dos povos africanos, considerando que em face disso, o
seu país foi um “verdadeiro berço da libertação de África”.
Dados apurados pelo
“Notícias” aqui em Argel referem que para além dos combatentes da Frelimo,
outros de vários movimentos de libertacao nacionais, incluindo o Congresso
Nacional Africano (ANC), o MPLA, de Angola, a ZAPU, do zimbabwe, a SWAPO, da
Namíbia, e agora a Frente Polisario, do Sahara Ocidental, passaram pelo
território argelino para a sua preparacao militar, com vista à libertacao dos
seus países.