Em Manica
Membros da Junta Nacional da Salvação da Renamo (JNSR) em Manica, que até então era considerada como uma facção de dissidentes do partido Renamo, poderão, em breve, juntar-se ao novo partido recém criado, o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), de modo a reunirem esforços para derrubarem a Frelimo do poder, nas próximas eleições presidenciais e legislativas de 28 de Outubro próximo no país.
Dados avançados pelo porta voz da JNSR em Manica, Saimon Muterua, indicam que a posição tomada pelos mesmos surge da necessidade de se capitalizarem esforços visando acabar com a direcção danosa na Renamo, supostamente protagonizada pelo respectivo líder Afonso Dhlakama, tido como estando a comprometer o desenvolvimento do partido.
Segundo ele, o MDM surge, igualmente, da necessidade de se garantirem mudanças na Renamo; sendo este, pois, o mesmo, e o principal objectivo da JNSR, este desafio será efectuado de forma conjunta, conforme avançou em entrevista ao «Canal» o porta voz do JNSR em Manica.
“Nós já submetemos uma carta dirigida ao presidente do MDM, na qual manifestamos o objectivo de nos juntarmos ao partido, para capitalizarmos esforços contra o líder da Renamo, Afonso Dhlakama”, disse Muterua.
Ainda de acordo com a mesma fonte, na semana passada, alguns membros da Junta Nacional de Salvação da Renamo, encabeçados por si, mantiveram um encontro com a Comissão Política do MDM, na cidade da Beira, onde foi analisado em pormenor tudo quanto diz respeito à junção desta que constitui parte da Renamo, no MDM.
“Por enquanto, estamos preocupados com nossa oficialização no MDM, depois é que vamos desfazer a JNSR” – confirmou-nos a fonte, indicando o líder da Renamo como “o inimigo comum”.
Depois de haver considerado de um inimigo e traidor o líder da perdiz, o porta voz da Junta Nacional da Salvação da Renamo, avançou como causas para tanto, haver sido constatado que naquela formação partidária, Renamo, houve falta de transparência nas eleições internas, no quadro dos preparativos das eleições autárquicas que tiveram lugar em Outubro passado, o que culminou com o afastamento do edil da Beira, Daviz Simango, facto este que acabou por criar no seio do partido uma onda de contestações, dando azo a uma grande fuga de quadros.
“O afastamento de Daviz Simango causou um clima não favorável no seio do partido, pelo que alguns quadros superiores do partido Renamo já estão de costas voltadas em relação ao presidente da Renamo", disse Muterua, tendo acrescentado que, “ alguns membros que viram goradas as suas iniciativas, dentro do contexto político democrático, recorreram, embora sem sucesso, à JNSR, solicitando auxílio, de modo a garantir a observância efectiva dos seus direitos na Renamo, concluiu. (José Jeco)
CANAL DE MOÇAMBIQUE - 22.07.2009