O ESCRITOR Mia Couto vai reunir-se hoje com jornalistas moçambicanos para uma conversa em torno da sua premiação no Brasil. Pretende-se que o encontro, a ter lugar às 16.30 horas, na sede da Editora Ndjira, na Avenida Julius Nyerere, seja uma espécie de balanço, no qual o escritor falará não só da sua brilhante carreira, como também dos prémios, das edições no estrangeiro e ainda das traduções das suas obras.
Mia Couto foi premiado no Brasil com o livro infantil “O Gato e o Escuro”. A premiação foi feita pela Fundação Nacional de Literatura Infanto-Juvenil (FNLIJ) daquele país. Ainda no Brasil, Mia foi homenageado por uma companhia de teatro em prol da sua actividade literária também virada para a componente teatral.
Ao mesmo tempo, a prestigiada revista de assuntos pedagógicos “Crescer” elegeu o mesmo livro como um dos 30 melhores livros infantis publicados no Brasil em 2008.
A edição do Salão Anual da FNLIJ consagrará no próximo dia 17 uma sessão de leitura deste texto ilustrado por Mariana Castanha e editado pela Companhia das Letras, uma das principais editoras brasileiras.
“O Gato e o Escuro” é um dos dois únicos títulos que Mia Couto escreveu para crianças e foi publicado pela primeira vez pela Ndjira em 2002. O outro livro é “O Beijo da Palavrinha” e foi editado no Brasil pela editora Língua Geral.
O autor deslocar-se-á ao Brasil no final deste mês para ser homenageado pelo Festival de Teatro de Língua Portuguesa que, na sua segunda edição, escolheu Mia Couto como figura a ser destacada pela sua contribuição para o teatro nos países de língua portuguesa.
Mia Couto fará, igualmente nesse período, o lançamento do seu novo romance Jesusalém que, no Brasil, terá como título “Antes do Nascer o Mundo”.
Jesusalém é o mesmo livro que o escritor acaba de publicar em Maputo e sob o título será também lançado em Angola e Portugal.
Esta é a mais madura e mais conseguida obra de um escritor no auge das suas capacidades criativas”, segundo considera a editora do escritor.
À boleia da narrativa, avança a “Ndjira”, um dos protagonistas afirma que “a vida é demasiado preciosa para ser esbanjada num mundo desencantado”.