PRODUTORES do distrito de
Mossuril, na província de Nampula, estão preocupados devido à dificuldades que
estão a enfrentar para a colocação no mercado da sua produção de hortícolas que
superou as expectativas inicialmente criadas em torno do projecto de segurança
alimentar patrocinado pelo Governo, através da organização não-governamental
nacional Kulima implementadora da iniciativa, avaliado em cerca de 12 milhões
de meticais, montante aplicado nos últimos quartos anos.
Maputo, Terça-Feira, 14 de
Julho de 2009
O
distrito costeiro de Mossuril vinha enfrentando situações de insegurança
alimentar cíclicas devido ao conflito armado que durante 16 anos limitou
as populações do exercício de praticas agrícolas, aliada à acção de pragas que
atacaram as principais culturas locais, nomeadamente o milho e mandioca,
entretanto, já ultrapassadas.
Para
inverter o cenário o Governo desenhou um projecto que contou com o
financiamento da União Europeia no valor de 12 milhões de meticais, cuja
implementação foi encarregue à Kulima, que em 2005 iniciou com acções concretas
de treinamento aos produtores em novas técnicas para produção intensiva de
alimentos sobretudo cereais, oleaginosas e tubérculos, incluindo hortícolas
como complemento visando a diversificação da dieta alimentar e redução dos
índices de malnutrição que eram altos.
Miguel
Valente, assessor do projecto na Kulima, precisou que foram distribuídos
insumos agrícolas para a prática das culturas supracitadas, nomeadamente
sementes e instrumentos de produção abrangendo um universo de cerca de 7700
produtores maioritariamente mulheres organizados em associações.
Os
resultados da iniciativa foram positivos, e exceptuando as hortícolas as
restantes culturas têm mercado assegurado depois de ultrapassados os problemas
de insegurança alimentar no distrito. Entretanto, os produtores baseados nas
zonas de Nacotho e Maiwipira, em Matibane, próximo do corredor rodoviário de
Nacala, não enfrentam o dilema para a colocação da sua produção, contrariamente
aos que se localizam nos postos administrativos de Lunga e Mossuril-sede.
“Agora
que o projecto está a cinco meses de findar, confrontamo-nos com esta situação
relacionada com acesso aos mercados para as hortícolas, nomeadamente o tomate,
alface, couves, repolho, cenoura, pimentos e outros, que têm um valor comercial
relativamente alto. Contudo estamos a mobilizar os produtores no sentido de
levarem a sua produção para mercados favorável de Nacala-Porto, Monapo e Ilha e
Moçambique, apesar dos custos do transporte serem relativamente altos”- disse a
fonte.
Miguel Valente é de opinião
que o Governo de Mossuril, através dos serviços distritais de actividades
económicas, tem o papel importante de prosseguir com o projecto de segurança alimentar,
potenciando a procura de mercados não somente para as hortícolas, que é um
problema actual, mas para todas culturas de uma forma geral, pois o empenho
demonstrado pelos produtores vaticina colheitas em quantidades
significativas.
- Carlos Tembe