Canal de Opinião
por João Chamusse
Que viva Guebuza!
Para alegria dos moçambicanos a Ponte Zambeze é inaugurada no próximo mês. Muito tempo levou para a concretização desse maravilhoso sonho. Desde o tempo do colono, passando pelo pós-independência, a começar por Samora, Chissano, e, até o actual timoneiro Guebuza, tudo não passava de um sonho que finalmente, hoje, virou realidade. VIVA A PONTE ZAMBEZE!
Relativamente à nova ponte os apetites são vários, todavia dos tantos importa realçar um: o nome que se pretende atribuir a essa grande infra-estrutura.
Conforme as notícias a ponte terá como nome, nada mais, …, nada menos: Armando Emílio Guebuza.
Que viva a Revolução! Mais uma vez estamos perante o grande líder, quiçá não seja algo Orweliano. Aliás não estamos na época do porco, mas, sim, na do cabrito. Cada um vive conforme a cintura ou largura, (Será?), ou comprimento da corda. Não importa porque o capim vai escasseando. É o salve-se quem puder. O culto da personalidade. Oxalá o mesmo culto não se restrinja apenas à Ponte Zambeze mas que se estenda a outros atributos existenciais do país, tais como as calamidades, buracos, desgraças, entre tantos outros qualificativos nacionais.
Uns falam de Mondlane, Samora, Josina, entre outros ilustres, como merecedores de nome da ponte. Tudo bem. O problema é que tais ilustres estão a ilustrar no país tanta coisa que fica difícil saber-se, quando alguém fala da cooperativa Josina Machel, se será a mesma de Maputo ou será a de Gaza, ou então a de Tete. Eduardo Mondlane, refere-se a uma avenida ou uma universidade. Ou será uma cooperativa? E se for, quem saberá se a mesma estará em Nicoadala, em Ndhlavela, Esturro, Gôndola, ou no meu quarteirão? Enfim os nomes são tão repetitivos que tal como as grandes marcas – por exemplo, Toyota, temos Cressida, Corola, entre outras séries – também, algum dia Moçambique deverá ter séries de nomes que de tanto serem os mesmos precisarão de alguma forma de diferenciação.
Mas voltando a Guebuza como nome da Ponte Zambeze resta dizer que de facto, como presidente, possui muitos atributos, com maior destaque para os famosos 7 milhões nos distritos… este que bem ou mal está sendo implementado e uma coisa é certa: deu chance aos que nunca teriam na vida oportunidade para pedir emprestado dinheiro numa instituição, seja bancária ou mesmo estatal… E, não só… esse dinheiro veio despertar a raia miúda para estar atenta ao que se passa na governação das suas zonas…
Sem querer dizer que o nome Guebuza desmerece figurar como atributo da Ponte Zambeze, sugiro também que o novo cemitério que o Município de Maputo alega ter como uma das suas premissas neste mandato, ostente também o nome: Armando Emílio Guebuza. Aliás para evitar confusão com tanta diferença de nomes que ostentamos, também todos nós deveríamos passar a chamar Guebuza. Aleluia!!..
(João Chamusse) – CANAL DE MOÇAMBIQUE – 16.07.2009