MOÇAMBIQUE vai acolher a realização do primeiro curso de formação sobre gestão do património mundial tangível dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), um evento que decorrerá de 31 de Agosto a 11 de Setembro deste ano, em Maputo.
O evento, que pretende debater o estágio e desenvolvimento do património em África, contará com o apoio do Fundo Mundial do Património Africano e do Centro para o Desenvolvimento do Património em África.
A ideia de realizar um encontro do género no Continente Africano, particularmente em Moçambique, surgiu da constatação de que os países africanos falantes da língua portuguesa são os que ainda pouco beneficiam de formações em matéria de património cultural, dado que a mesma é ministrada na língua inglesa ou francesa, o que se reflecte negativamente na fraca representatividade dos PALOP na lista do património mundial.
É tendo em conta a necessidade de reverter a situação que Moçambique será palco de um curso sobre gestão do património mundial para os países africanos que falam o português.
Com efeito, para a preparação do evento, uma delegação conjunta do Centro para o Desenvolvimento do Património em África e do Fundo Mundial do Património Africano, chefiada por Souayibou Varissou Ishanlosen Odiaua visitou recentemente Moçambique.
Para além dos encontros de trabalho a nível da Direcção Nacional de Cultura (DINAC), esta delegação foi conduzida a uma visita à baixa de Maputo, que é considerada uma zona histórica que deu origem à cidade de Maputo, para melhor entendimento prático da gestão do património cultural edificado.
De todos os PALOP verificou-se que, apesar das dificuldades, Moçambique é o único, na aplicação da Convenção da UNESCO (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura), de 1972 e que já avançou com mais duas candidaturas que são as pinturas rupestres de Chinhamapere e da Ilha do Ibo, nas províncias de Manica e Cabo Delgado, numa lista indicativa que foi renovada em 2008.