OS operadores da área de carvão da província do Maputo são obrigados a contribuir com uma planta por cada saco daquele recurso. A medida visa garantir o reflorestamento em curso naquela região do sul do país, com vista a minorar o problema de destruição desordenada da flora de que aquela zona tem sido vítima, facto que tem concorrido para o registo de queda irregular de chuvas e/ou o registo cíclico de estiagem e o consequente défice alimentar.
Esta informação foi tornada pública no encerramento do Conselho Coordenador Provincial da Agricultura de Maputo, que decorreu esta semana na região de Malhampsene.
A directora provincial da Agricultura em Maputo, Setina Titosse, reconheceu, em entrevista ao “ Notícias”, que quase todos os distritos locais têm vindo a registar queda irregular de chuvas que tem grandemente sido provocada pela acção humana através da exploração desregrada da flora, bem como queimadas descontroladas que têm provocado desgraça a muitas famílias.
Por essa razão, o sector de Agricultura da província do Maputo decidiu redobrar esforços no trabalho de reflorestamento e, para tal, há sensivelmente dois meses entrou em vigor uma medida que obriga a todos os operadores da área de exploração de carvão a contribuírem com uma planta por cada saco que for registado pelo sector atinente na altura de devido pagamento fiscal.
“Os operadores são obrigados a deixar uma planta por cada saco para reforçar o nosso viveiro do programa de reposição de árvores nas nossas florestas. Por exemplo, se registarmos este ano 255 mil sacos teremos também 255 mil plantas, o que já é muito bom. Isso vai ajudar a reduzir vários problemas, como é o caso da queda irregular de chuvas que, como bem sabemos, tem sido causado pela destruição das florestas sem que haja reposição”- referiu.
Para além dessa medida, a directora Provincial da Agricultura de Maputo disse que o seu sector está a trabalhar com as comunidades para que sejam elas próprias as dinamizadoras do processo de reposição das florestas.
“A província do Maputo está a ficar sem árvores. Por isso temos trabalhado com as comunidades para que em cada comunidade haja um viveiro local criado pelos seus respectivos membros. O sector de Agricultura vai apoiar tecnicamente esse processo que traz vantagens para todos nós”- afirmou.
Para o efeito, disse que os líderes comunitários têm um papel fundamental na disseminação do programa em referência. Para além desses, os extensionistas são, igualmente, uma “peça-chave” neste processo que envolve ainda organizações não-governamentais e vários outros segmentos da sociedade.
Titosse revelou na ocasião que o seu sector possui um viveiro com mais de 140 mil plantas que vão, num futuro breve, ser distribuídas por diferentes distritos, com o objectivo de se efectuar a reposição nas florestas locais.
Entretanto, o Conselho Coordenador Provincial da Agricultura de Maputo, que teve a duração de dois dias, avaliou com profundidade a execução dos programas inseridos no Plano Quinquenal do sector e desenhou, ainda, estratégias de implementação de acções que visam garantir o aumento da produção e produtividade no próximo ano.
- Eduardo Sixpence