Assim decidiu o G-8
O continente africano vai ter mais dinheiro do que esperava em ajuda alimentar: 20 mil milhões de dólares norte americanos. Mas recebe, também, um puxão de orelhas do G8, no sentido de o legado do colonialismo deixar de justificar a imagem de estagnação.
Ao arrematar a reunião de cúpula de L'Aquila, na Itália, o G-8 (grupo dos sete países mais industrializados do mundo, mais a Rússia) decidiu, à última hora, aumentar de USD 15 mil milhões para USD 20 mil milhões o seu desembolso para a África em programas de desenvolvimento da agricultura e de segurança alimentar. A elevação em USD 5 mil milhões para o combate à fome no continente africano foi proposta pelos Estados Unidos depois de um discurso no qual seu presidente, Barack Obama, comentou suas origens - seu pai era queniano - e os laços com a África. Os EUA foram os grandes responsáveis por essa negociação.
Repetindo, em conferência de Imprensa, os argumentos que usou na reunião privada, lembrando as próprias origens africanas, Obama referiu que, quando o pai emigrou para os Estados Unidos, a economia do Quénia era idêntica à da Coreia do Sul, mas o país chegou ao que é hoje: empobrecido e politicamente instável. "Tem-se falado do legado do colonialismo e de outras políticas das nações mais ricas, mas, sem querer diminuir a História, notei que o Governo da Coreia do Sul, trabalhando com o sector privado e com a sociedade civil, foi capaz de criar um conjunto de instituições que proporcionaram transparência, responsabilização, e eficiência, permitindo um extraordinário progresso económico. E não há razões para que as nações africanas não possam fazer o mesmo", disse.
MEDIA FAX – 13.07.2009