A CIDADE da Beira, capital provincial de Sofala, celebrou ontem 102 anos de existência como urbe, uma ocasião que foi transformada pelos partidos políticos em momento de pre-campanha, ao invés de celebração da efeméride. De facto, desde o desfile até À Praça do Município, local que acolheu a parte final das comemorações oficiais, os partidos políticos aproveitaram a ocasião para ensaiarem a pré-campanha eleitoral, com dísticos, bandeiras, capulanas, camisetes, entre outros materiais publicitários descolorindo assim aquilo que efectivamente deveria ser a festa de toda a cidade.
Quando eram cerca das 9.10 horas iniciou o desfile da Praça dos Trabalhadores, uma hora depois da hora prevista, tendo percorrido as avenidas Armando Tivane, Samora Machel e, por fim, a Eduardo Mondlane, antes de desaguar na Praça do Município onde foi içada a bandeira da edilidade e acesa a pira olímpica, na presença de varias personalidades.
“A centralidade da nossa província ficou ainda mais reforçada com a inauguração da Ponte Armando Guebuza, que completa a coluna vertebral rodoviária do nosso pais, ligando sul, centro e o norte. Com essa estratégica infra-estrutura, a cidade da Beira sai também reforçada como a cidade-centro do país e, por isso, mais do que a segunda cidade, a capital do centro que une o norte e o sul e une, ainda, o nosso país ao resto da África Austral e do nosso continente” - referiu.
Caracterizou a urbe como sendo o centro e cidade onde começa e passa o desenvolvimento do pais, pelo que, segundo ele, “não pode crescer e desenvolver-se como uma cidade pobre, abandonada, e cheia de gente sem abrigo, pois a cidade constitui o cartão de visita de qualquer cidadão nacional ou estrangeiro que visita a nossa província”.
Por seu turno o edil Daviz Simango também chamou a atenção dos munícipes de forma a redobrarem os esforços em parceria com o Conselho Municipal, devendo servir esta celebração de momento de reflexão daquilo que cada um deve dar para o engrandecimento da urbe.
“Uma reflexão em torno de uma união de forças, amor ao próximo, de convivência e de vizinhança, de consciência e patriotismo em que o legado visa adoptar as futuras gerações de modo a assumirem o desafio garantindo deste modo uma Beira mais empregadora, livre de lixo, com mais escolas e oportunidades de formação, com mais hospitais, livre de cólera entre outros” –disse.
Importa ainda referir que a actuação de alguns músicos que estava prevista no local não aconteceu por motivos que desconhecemos numa celebração que também teve muitos problemas de som.
- ANTÓNIO JANEIRO