À hora do fecho da presente edição do Canalmoz, a nossa Reportagem apurou que Anibalzinho já se encontrava a caminho de Maputo. A informação que as nossas fontes confirmavam, indicava que o cadastrado que deixara a cadeia do Comando da PRM em Maputo em Dezembro do ano passada em condições nunca devidamente esclarecidas, entrou no País ao cair da noite, por via terrestre, através da fronteira de Ressano Garcia, numa viatura escoltada pela Polícia moçambicana.
Governo trata assunto com secretismo
Ainda na tarde de ontem, poucas horas antes do sucedido, porta-voz do Governo, Luís Covane, voltou a iludir a imprensa, ao se recusar a fornecer dados relacionados com a recaptura de Anibalzinho.
Luís Covane foi dizendo aos jornalistas que nada de novidade tinha sobre a recaptura de Anibalzinho, e que tudo quanto o Conselho de Ministro sabia dizer em relação à possível detenção deste criminoso, condenado por assassinar o jornalista Carlos Cardoso, é que “o governo está a trabalhar para a sua recaptura, desde o dia em que ele se evadiu das celas”.
Mas à hora em que o ministro falava à imprensa, o cadastrado estava a caminho de Maputo, na companhia de agentes da PRM.
Tentámos ainda contactar o Comandante Geral da Polícia, Jorge Khalau e o Comandante da PRM na cidade de Maputo, José Weng, mas ambos tinham os telemóveis desligados. No entanto, o Canalmoz está capaz de afirmar que de facto o confesso chefe do esquadrão que assassinou o nosso colega Carlos Cardoso, já está de novo sob custódia da Polícia moçambicana, em cárcere em Maputo.
Depois do porta-voz do Comando Geral da Polícia, Pedro Cossa, ontem de manhã, em conferência de Imprensa ter posto em dúvida notícias avançadas pela Imprensa, inclusive o Canalmoz, veio-se assim a provar que Anibal dos Santos Júnior estava, de facto, detido, em Pretória, à guarda da Polícia sul-africana.
Anibalzinho foi detido em Joanesburgo, na última sexta-feira. A Polícia moçambicana não confirmava, nem desmentia a informação que só as autoridades nacionais punham em dúvida, mas agora está claro que o mecânico do Alto Maé, que dirigiu a operação que pôs termo à vida do jornalista Carlos Cardoso, voltou ao cárcere. Ele próprio já afirmou que fez por ser detido em Joanesburgo.
Algumas fontes chegaram a colocar-nos perante a hipótese de as autoridades moçambicanas não terem sido notificadas por Anibalzinho não ostentar a nacionalidade portuguesa. Admitiam as mesmas fontes que por ele ser português, as autoridades sul-africanas estivessem a tratar do expediente para o extraditar para Lisboa. Não passou de falso alarme e o cadastrado já pernoitou em Maputo. (Borges Nhamirre)
CANALMOZ – 26.08.2009