Edir Macedo e mais Nove viram réus por lavagem de
dinheiro A Justiça de São Paulo acatou ontem a denúncia contra o bispo Edir
Macedo e outras nove pessoas ligadas à Igreja Universal do Reino de Deus por
formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. Segundo o Ministério Público
Estadual (MPE), eles são acusados de integrarem um esquema envolvendo empresas
de fachada, que remetia ao Exterior dinheiro obtido com doações de fiéis. Esse
dinheiro, depositado em paraísos fiscais, voltava ao Brasil em forma de
contratos de mútuo utilizados para a aquisição de empresas. A acusação formal
foi oferecida no último dia 5 pelo MPE, por meio do Grupo de Atuação Especial
de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) - Núcleo São Paulo, e recebida pelo juiz
da 9ª Vara Criminal da Capital. Além de Edir Macedo, foram denunciados Alba
Maria da Costa, Edilson da Conceição Gonzales, Honorilton Gonçalves da Costa,
Jerônimo Alves Ferreira, João Batista Ramos da Silva, João Luís Dutra Leite,
Maurício Albuquerque e Silva, Osvaldo Scriorilli e Veríssimo de Jesus.
De acordo com a denúncia, Edir Macedo e os demais
acusados há cerca de 10 anos vêm se utilizando da igreja para a prática de
fraudes. Durante as investigações, os promotores conseguiram localizar milhares
de depósitos em dinheiro em favor da Igreja Universal. Somente no período entre
março de
Levantamento feito pelo MPE e pela Polícia Civil, com
base em dados bancários e fiscais obtidos judicialmente, mostra que a Igreja
Universal movimenta cerca de R$ 1,4 bilhão por ano no Brasil, dinheiro
arrecadado por meio do pagamento de dízimo por seus milhares de fiéis espalhados
por 4.500 templos, instalados em 1.500 cidades do País.
Dízimo
Na denúncia, o MPE destaca que Edir Macedo e outros
bispos destinavam grande parte de sua pregação para a coleta do dízimo,
enfatizando a necessidade de a igreja angariar recursos para a compra de óleos
santos de Israel, o financiamento de novos templos e o pagamento de pregações
nas rádios e TVs. A Universal aceitava cheques, carros e outros bens como
doação.
Ainda segundo a denúncia, Edir Macedo e os outros
denunciados se aproveitaram da imunidade tributária estabelecida pela
Constituição para templos religiosos e passaram a utilizar a Igreja Universal
para benefício próprio, captando os valores dos dízimos, ofertas e
contribuições dos fiéis, investindo em bens particulares, como imóveis,
veículos ou jóias. Para os promotores, ficou comprovado que o dinheiro das
doações, em vez de ser utilizado para a manutenção dos cultos, era desviado
para atender a interesses particulares dos denunciados.
YAHOO – 11.08.2009