O LÍDER da Renamo, Afonso Dhlakama, considera que a cidade da Beira está neste momento completamente abandonada pelas respectivas autoridades camarárias, chegando a exalar cheiro nauseabundo em consequência do lixo acumulado e sem remoção. As estradas estão cada vez mais esburacadas e o sistema de esgotos mais deteriorado. Falta a iluminação pública, regista-se o recrudescimento da criminalidade. Tudo isso se deve, no entender de Afonso Dhlakama, as frequentes ausências do presidente da edilidade, Davis Simango, agora preocupado com a sua candidatura para a Presidência da República.
Falando sábado passado num comício que orientou no populoso bairro da Munhava, no prosseguimento da visita de trabalho que o levou a escalar também o distrito de Maríngué, antigo bastião do ex-movimento e que conta ainda com homens armados à sua guarda. Disse que o município da Beira foi exemplar no último mandato pelo facto de Davis Simango ter governado na base do programa da Renamo.
Acrescentou que o município da Beira foi no último mandato exemplo de uma boa governação na África pela orientação política da Renamo.
A realidade deve ser dita e não podemos apanhar boleia. Agora Beira já tem falta de respeito, com a Polícia Camarária a pontapear vendedores nas ruas e esquinas porque não é Governo da Renamo.
A avaliar pelo actual pulsar da vida que marca a cidade da Beira, aquele orador concluiu que agora Mbepo acabou. Por isso a Renamo não deve ser confundida com outros partidos.
A intervenção de Dhlakama foi antecedida pelos discursos de Manuel Bissopo e Fernando Mbararano, delegados da Renamo na Beira e Sofala respectivamente, destacando o passado turbulento deste partido na região. O alvo principal foi a figura de Davis Simango, acusado como tendo intenções de golpear o líder do partido, Afonso Dhlakama. Na altura foi exibido um calendário do partido com imagens do visado que deveria ser apresentado na sua candidatura como presidente da Renamo no último congresso.
A propósito, o líder deste partido apelidou Davis Simango de simples aventureiro político.
Dhlakama já chegou e o problema acabou. A vossa presença neste comício renova a nossa confiança com a cidade da Beira e a província de Sofala em geral. Não se atrapalhem e não devem perder tempo de andar a perseguir um aventureiro que infelizmente ainda é menor de idade para as lides políticas, insinuou, numa clara alusão a Davis Simango.
- Horácio João