O projecto de
gás natural de Pande e Temane, na província de Inhambane, proporcionou vendas
de 230 milhões de dólares em 2008 ao concessionário, o grupo sul-africano
Sasol, afirmou em Vilanculos a ministra dos Recursos Naturais.
De acordo com a ministra, que falava no decurso do 24º Conselho Coordenador do
Ministério dos Recursos Minerais, realizado em Vilanculos, província de
Inhambane, as vendas de gás natural e de condensado foram de 177 milhões e 55
milhões de dólares, respectivamente.
Bias disse que o volume de reservas geológicas daquele projecto e as
solicitações de mercado quer para o consumo nacional quer para exportação tem
vindo a aumentar, pelo que o governo aprovou um plano de desenvolvimento para a
ampliação da capacidade das instalações, que irá permitir que em 2011 o volume
de produção aumente em cerca de 50 por cento.
“É com satisfação que constatamos que, para além da contribuição significativa
da exploração do gás natural para as receitas fiscais arrecadadas pelo Estado e
que até finais de 2008 atingiram o valor de 42 milhões de dólares, a população
desta zona tem igualmente beneficiado de implementação de projectos sociais,
financiados pela Sasol e pela Companhia de Hidrocarbonetos”, disse Bias.
De acordo com dados constantes do relatório de actividades 2004/2009,
apresentado no encontro, a produção do gás natural dos jazigos de Temane e
Pande atingiu mais de 120 milhões de gigajoules em 2008, maioritariamente para
a exportação, que compara com pouco mais de 60 milhões de gigajoules produzidos
em 2004.
Esta tendência crescente, de acordo com a agência noticiosa moçambicana AIM,
registou-se também no que diz respeito aos condensados, cuja produção passou de
pouco mais de 300 mil bbl (unidade de medição), em 2004, para mais de 800 mil
bbl, em 2007.
A ministra disse ainda que se assistiu ao aumento significativo de
investimentos e procura de novas áreas de pesquisa de hidrocarbonetos nos
últimos anos, em virtude da subida vertiginosa do preço de petróleo a nível
internacional, facto que também se reflectiu em Moçambique.
É neste contexto que serão investidos, até ao final do quinquénio, acima de 800
milhões de dólares, tendo sido já realizados diversos trabalhos de prospecção
sísmica na bacia do Rovuma, executados dois furos de pesquisa em terra na
província de Sofala e igual número em mar na província de Inhambane, tendo
estes últimos resultado em novas descobertas de gás natural.
Segundo a Ministra dos Recursos Minerais, Esperança Bias, dos 14 contratos de
pesquisa e produção de petróleo, um em terra e outro no mar na área do Zambeze
foram dados como terminados por as companhias envolvidas terem decidido não
prosseguir com os períodos subsequentes de pesquisa, após terem cumprido com as
suas obrigações contratuais do trabalho mínimo de pesquisa.
(macauhub) – 17.08.2009